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Odebrecht garante que tem caixa para pagar por Galeão e pela BR-163

Em menos de uma semana a empresa venceu dois leilões - o do aeroporto fluminense, com ágio de 294%, e o da BR-163, com deságio de 52%

Por Da Redação
27 nov 2013, 12h41

O grupo Odebrecht surpreendeu nesta quarta-feira o mercado ao arrematar o leilão da BR-163, de Mato Grosso, ao oferecer um deságio de 52%, ou seja, uma tarifa de 0,02638 real por quilômetro, ante o teto de 0,055 real/km estabelecido pelo governo federal no edital. A princípio, o lance não parece avassalador, já que a diferença entre o vencedor e o segundo colocado, a Triunfo Participações, com proposta de 0,297 real/km (46% de deságio) não é tão grande. Mas, se levado em consideração que o grupo Obrebrecht liderou o consórcio vencedor do leilão do aeroporto internacional do Galeão (RJ) há menos de uma semana, ao oferecer pouco mais de 19 bilhões de reais, ágio de 294%, o mercado começa a olhar com mais cuidado para a capacidade de o grupo (um dos maiores conglomerados de infraestrutura do país) arcar com tais investimentos.

Em coletiva de imprensa nesta quarta, logo após a licitação, na BM&FBovespa, Renato Melo, diretor regional da Odebrecht, afirmou que a empresa “nunca faz investimentos sem antes definir a fonte dos fundos para financiá-lo”, mas não detalhou de onde virá todo esse dinheiro. Na sexta-feira passada, no leilão de aeroportos, o presidente da Odebrecht Transport, Paulo Cesena, disse que parte dos investimentos necessários para ampliar e melhorar o aeroporto viria de caixa próprio e outra seria financiada, provavelmente com ajuda do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

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Segundo Melo, a BR-163 sempre esteve no radar da empresa por sua importância no escoamento agrícola do Centro-Oeste brasileiro, especialmente Mato Grosso, aos portos do Sudeste (Santos e Paranaguá). “Estamos estudando há mais de um ano e meio esta rodovia, não apenas o tráfego e demanda, mas toda a logística brasileira e mundial, e como é a safra”, comenta. “Temos uma equação econômica muito bem estruturada. Não investimos sem antes definir as fontes dos fundos”, completou. A rodovia é uma das principais vias de transporte de soja do Estado.

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Ele também disse que a Odebrecht vê o potencial de crescimento para a região acima do Produto Interno Bruto (PIB) do país e não se preocupa com a concorrência das futuras ferrovias, como a que ligará Cuiabá a Santarém. “Calculamos e consideramos todos os efeitos – ferrovias e rodovias -, mas o potencial de crescimento de grãos no Mato Grosso suplanta esses impactos”, responde. Em suas contas, o Estado tem, pelo menos, 26% do território apto a ser convertido em áreas agrícolas. Melo lembrou ainda que, na região, a concentração de terras indígenas é menor, o que facilita a expansão do setor. “Só precisa da infraestrutura para liberar.”

Ao longo dos 30 anos de concessão serão investidos cerca de 4,6 bilhões de reais, parte na duplicação de 500 quilômetros. A empresa disse ainda que só deverá começar a cobrar pedágio no 18º mês, quando pelo menos 10% das obras estarão concluídas, como exige o edital.

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Fôlego – Como se não bastassem as duas vitórias, Renato Melo reitera ainda que a empresa continua de olho em novos leilões. “Sempre vamos estar atrás de um bom projeto. Se tiver um em que acreditamos, vamos persegui-lo.”

O ministro dos Transportes, César Passos, destacou na coletiva de imprensa o benefício que a licitação trará à região, especialmente ao setor de agronegócio que terão o preço da tarifa reduzido e a estrada melhorada. “A licitação trará benefícios para o custo Brasil da logística”, disse.

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