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Nova ponderação do IPCA pode favorecer queda da inflação

Por Da Redação
11 jan 2012, 12h35

Por Rodrigo Viga Gaier e Tiago Pariz

RIO DE JANEIRO/BRASÍLIA, 11 Jan (Reuters) – Cinco dos 9 grupos que compõem o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) perderam peso no cálculo do índice a partir deste ano, mas duas classes de despesa importantes -Habitação e Transportes- vão ter uma relevância maior, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou as novas ponderações nesta quarta-feira por meio de nota.

Segundo analistas consultados pela Reuters, o impacto dessas mudanças deverá reduzir os valores do indicador, favorecendo a inflação. O IPCA é usado para o sistema de metas de inflação do governo e as mudanças de ponderação já refletirão no cálculo de janeiro, bem como no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) deste mês, ambos com divulgação em fevereiro.

A meta de inflação do governo é de 4,5 por cento, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos tanto para 2012 quanto para 2013. As ponderações passam a ter como base a estrutura de consumo dos brasileiros apurada pela Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) de 2008/2009.

Alimentação, Transportes e Habitação continuam sendo os grupos, pela ordem, mais importantes do IPCA. Segundo o IBGE, o peso do grupo Habitação no IPCA passou a ter um peso de 14,6169 por cento do indicador, contra 13,2501 por cento anteriormente. Transportes subiu de 18,6877 para 20,5421 por cento.

Já o peso do grupo Alimentação, o principal dentro do IPCA, baixou discretamente, de 23,4584 por cento na ponderação vigente até dezembro de 2011, para 23,1237 por cento agora.

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EDUCAÇÃO PESA MENOS

A classe de despesa Educação foi a que mais perdeu peso entre uma ponderação e outra, segundo o IBGE, passando de 7,2137 por cento para 4,3735 por cento agora. Entre os que perderam peso ficaram também Vestuário (de 6,9410 para 6,6692 por cento), Despesas Pessoais (de 10,5369 para 9,9421 por cento) e Comunicação (de 5,2537 para 4,9631 por cento).

Na outra ponta, os grupos que ganharam força no IPCA foram Artigos de Residência, de 3,9018 para 4,6758 por cento, e Saúde e Cuidados Pessoais, de 10,7567 para 11,0936 por cento do IPCA.

Para a economista do banco Santander Tatiana Pinheiro, a nova ponderação do IPCA não trouxe mudanças profundas na estrutura do índice. Ela calcula que a inflação de 2011, caso já tivesse como base a nova ponderação, seria de 6,32 por cento, abaixo da medida oficial, de 6,50 por cento. Na medição de 2010, no entanto, não haveria alteração nos 5,90 por cento.

Em relação a este ano, a diminuição do peso dos serviços e o aumento da participação de bens duráveis deve favorecer o cenário para a inflação, de acordo com a economista. “(O grupo de) serviços é muito indexado, já os bens duráveis são mais influenciáveis pelo preço internacional e, com o cenário internacional restrito, deve continuar em deflação”, afirmou Tatiana.

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O economista-chefe da corretora Gradual Investimentos, André Perfeito, destacou as quedas nos pesos do grupo Educação e da despesa com Empregado Doméstico, este tendo baixado de 3,6967 por cento para 3,5149 por cento.

“A queda em Educação pode ter uma contribuição muito positiva, porque os preços desse grupo são altamente indexados”, disse Perfeito. “As despesas com Empregado doméstico estavam rodando com alta na casa dos 20 por cento ao ano”, acrescentou.

Perfeito considerou que as mudanças podem levar a “um comportamento um pouco melhor da inflação em 2012”, mas frisou que em geral as alterações foram relativamente discretas. Ele mantém sua projeção de um IPCA de 5,1 por cento neste ano.

Economistas consultados pela Reuters na terça-feira calculavam que o impacto das alterações no IPCA trariam uma redução de cerca de 0,4 ponto percentual no indicador.

Na próxima semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne para definir a nova Selic, hoje em 11 por cento ao ano. As expectativas gerais são de que haverá mais um corte de 0,50 ponto percentual, já que a autoridade monetária tem considerado o cenário internacional desinflacionário para o Brasil.

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(Com reportagem adicional de Hélio Barboza, em São Paulo)

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