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No 4º dia de vazamento, Chevron ainda não sabia o que fazer, afirma Carlos Minc

Secretario do Ambiente do Rio afirma que coordenador da plataforma disse não saber como agir. Informação é investigada pela PF. Especialista diz que vazamento foi "ponta do iceberg" no Campo de Frade

Por Cecília Ritto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 24 nov 2011, 16h16

“O acidente poderia ter sido evitado. Fizeram pressão excessiva sobre um terreno frágil. Para que serve o estudo de geologia marinha? A empresa, alem disso, minimizou o acidente e editou imagens que mostravam o vazamento. Isso está sendo analisado pelo inquérito policial”, afirmou Minc

No quarto dia do vazamento do poço no Campo de Frade, na Bacia de Campos, a empresa Chevron, que fazia a perfuração, ainda não sabia que medidas adotar. A acusação foi feita na tarde desta quinta-feira, pelo secretário estadual do Ambiente do Rio, Carlos Minc, durante a primeira audiência pública sobre o caso, na Assembléia Legislativa do Rio (Alerj). Segundo Minc, a informação consta na investigação que é conduzida pela Polícia Federal (PF), e está baseada em declarações de um coordenador da plataforma da Chevron à PF. O inquérito é presidido pelo delegado Fábio Scliar.

Segundo Minc, as primeiras conclusões sobre o caso incriminam a companhia. “O acidente poderia ter sido evitado. Fizeram pressão excessiva sobre um terreno frágil. Para que serve o estudo de geologia marinha? A empresa, alem disso, minimizou o acidente e editou imagens que mostravam o vazamento. Isso está sendo analisado pelo inquérito policial”, afirmou Minc.

As imagens a que se refere Carlos Minc foram entregues à presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Marilene Ramos, que também vai analisar o material. O acervo de imagens é composto por 11 DVDs.

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Representante da Chevron na audiência pública, o oceanógrafo Luis Pimenta, supervisor de meio ambiente da Chevron, negou que a empresa tenha omitido informações e que estivesse despreparada para controlar o acidente. A edição de imagens, segundo ele, visava a mostrar às autoridades envolvidas “o mais relevante” sobre o vazamento. Pimenta, repetindo uma postura da petroleira, pediu desculpas pelo erro da empresa, mas negou que a Chevron tenha descumprido determinações e que esteja despreparada.

“No dia 8 descobriram a mancha. No dia 9 encontramos as fissuras no fundo do mar. No dia 13 estávamos injetando lama pesada. De 9 a 13 é um tempo de resposta aceito mundialmente”, disse.

Empresa e especialistas que acompanham os desdobramentos do acidente divergem em muitos pontos. O oceanógrafo David Zee – de quem o oceanógrafo da Chevron foi aluno – alertou que o vazamento já descoberto é “a ponta de um iceberg. “Há uma coluna de óleo que ainda está subindo.

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Segundo Zee, o procedimento correto para reduzir os efeitos do acidente ambiental seria o recolhimento mecânico do óleo. “Deveriam fazer o recolhimento mecânico. A Petrobras foi quem identificou o vazamento. Se a Petrobras não foi capaz de fazer esse tipo de recolhimento, é porque também não tem tecnologia. Se tivesse acontecido com Petrobras, estaríamos na mesma ‘barra funda'”, advertiu Zee, que acompanhou, entre outros desastres, o derramamento da estatal brasileira na Baía de Guanabara, há 10 anos.

A Petrobras informou, durante a audiência pública, que não vai se pronunciar oficialmente, pois não se trata de um poço da empresa. O presidente da Comissão de Defesa do Meio Ambiente da Alerj, deputado Átila Nunes (PSL), criticou a postura da empresa. “A Petrobras é parceira da Chevron. Isso para usarmos uma palavra branda, pois podemos chamá-la também de sócia”, disse.

A Alerj abriu uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o vazamento na Bacia de Campos. A deputada Aspásia Camargo, do PV, vai presidir a comissão.

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