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Nível dos reservatórios deve fechar outubro abaixo de 2001, época de racionamento

O operador do sistema nacional, ONS, estima que reservatórios da região Sudeste/Centro-Oeste podem atingir 19,9% da capacidade neste mês

Por Da Redação
13 out 2014, 11h23

A mais recente projeção do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para o volume de chuvas este mês sugere que o nível dos reservatórios no subsistema Sudeste/Centro-Oeste, o mais importante do país, estará ainda mais baixo do que o nível registrado em 2001, quando houve o racionamento. Levantamento elaborado pela Comerc Energia apontou que os reservatórios encerraram outubro daquele ano com 21,3% da capacidade, em meio à restrição da oferta de energia. Mas o ONS revelou que os reservatórios da região podem atingir 19,9% da capacidade em 31 de outubro. O número é divulgado semanalmente pelo ONS, portanto, pode passar por revisões até o fim do mês.

Desde 2000 a capacidade não ultrapassava a “barreira psicológica” dos 20%, de acordo com levantamento da Comerc. O pior nível registrado ocorreu em setembro de 2001, quando o armazenamento dos reservatórios chegou a 20,61% da capacidade. “Precisamos de um período de chuvas melhor neste ano, caso contrário o nível dos reservatórios tende a cair mais rápido nos próximos meses”, alertou o presidente da Comerc, Cristopher Vlavianos. O volume de chuvas tende a aumentar em novembro e alcançar o patamar mais significativo do ano entre dezembro e março.

A preocupação é com o aumento do consumo de energia com a proximidade do verão. Além disso, o chamado período chuvoso coincide com o momento de menor geração por parte dos projetos de biomassa e de usinas eólicas. “Temos uma perda de aproximadamente 5 mil MW médios de geração (eólica e por biomassa) e o acréscimo de 5 mil MW médios de consumo”, acrescentou Vlavianos. A diferença é compensada historicamente por um maior volume de energia gerada em projetos hidrelétricos. O problema é que, para recuperar o nível dos reservatórios, o ONS precisaria limitar a atividade das hidrelétricas no momento de maior demanda.

Os reservatórios da região Sudeste/Centro-Oeste correspondem a 70% da capacidade de armazenamento do país. A segunda região mais importante é a Nordeste, com aproximadamente 12% da capacidade. O ONS projeta armazenamento de 15,1% este mês para os reservatórios da região Nordeste, quase o dobro do nível de 8,4% registrado em outubro de 2001.

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Previsões – O Plano de Operação Energética 2014/1018 sinaliza que o nível dos reservatórios na região Sudeste/Centro-Oeste pode chegar a 30% em novembro, se a energia natural afluente (ENA) ficar em 95% da média de longo termo (MLT) entre setembro e novembro. Na eventualidade de a taxa ficar em 84% da MLT, os reservatórios alcançariam 20,4%. Mas se a taxa ficar em 113% da MLT, o nível dos reservatórios aumentaria para 43% da capacidade.

As estimativas do ONS indicam que somente um volume mais relevante de chuvas no período úmido entre o fim deste ano e o início do ano que vem pode livrar o Brasil de adotar algum tipo de limitação no fornecimento de energia. “Se o governo não tiver como atender pela ponta da oferta, precisará ser feito algum ajuste pela demanda”, analisa Vlavianos.

Na visão do especialista, o governo deveria ter adotado medidas de incentivo à redução do consumo desde o início do ano, quando o volume das chuvas já se mostrava abaixo da média histórica. “Não podemos contar que a chuva virá, por isso precisamos ter outros mecanismos. Antes de criar uma situação obrigatória (de redução de consumo), poderia ter sido criada uma situação voluntária”, diz Vlavianos. “Antes de o governo decidir despachar térmicas com custo de R$ 1.000/MWh, era possível dar um prêmio para quem reduzisse o consumo.”

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(Com Estadão Conteúdo)

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