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Moody’s: situação fiscal e Lava Jato pioram qualidade do crédito no Brasil

Com a depreciação dos indicadores de emprego e consumo, agência de classificação de risco agora prevê queda de 3% no PIB deste ano

Por Da Redação
6 out 2015, 11h35

A deterioração do quadro fiscal, a instabilidade política e os desdobramentos da Operação Lava Jato vão continuar afetando negativamente a qualidade do crédito de emissores do setor público e privado do país ao longo de 2016, diz relatório da agência de classificação de risco Moody’s divulgado nesta terça-feira.

Esse conjunto de fatores deve agravar a perda nos níveis de emprego, massa salarial e consumo, o que motivou a Moody’s a projetar uma retração de 3% no Produto Interno de Bruto (PIB) deste ano, e de 1% em 2016. Segundo o último boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, a previsão do mercado é de queda de 2,85% em 2015 e de 1% no próximo ano.

“Não vemos como a posição fiscal do Brasil pode melhorar no curto prazo devido à falta de consenso político, que tem impedido a administração atual de gerar superávits primários suficientemente grandes para conter o avanço do nível de endividamento”, afirmou Mauro Leos, vice-presidente e analista sênior da Moody’s em evento, em São Paulo. “Não acreditamos que o Brasil possa alcançar crescimento real de 2% e superávits primários de pelo menos 2% do PIB até 2017-2018, o que é necessário para estabilizar a relação dívida/PIB.”

Como resultado, o perfil de crédito de emissores da maioria dos setores no Brasil será pressionado pela demanda mais fraca, aumento nos custos de empréstimos, elevação da inadimplência e investimentos menores, de acordo com o relatório.

Leos também afirmou que o país pode ser rebaixado pela agência se o governo não conseguir reequilibrar as suas contas ou se a instabilidade política piorar.

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Petrobras – A Moody’s também prevê que os preços fracos do petróleo, metais e produtos agrícolas vão prejudicar o desempenho operacional da Petrobras, da Vale e de outros produtores de commodities. Além disso, a recessão brasileira e o baixo nível de confiança dos consumidores devem pressionar a demanda nos setores de telecomunicações, construção e de empresas aéreas, mas a fraqueza do real deverá beneficiar exportadores de proteína e de produtos florestais, segundo a agência.

“E mesmo companhias de infraestrutura não associadas à Petrobras enfrentarão custos mais elevados de financiamento, uma vez que a alta dos juros nos mercados global e doméstico, aliada à preocupação dos investidores com a posição fiscal do país, limita o acesso aos mercados internacionais”, diz a Moody’s.

A agência também avalia que os riscos também estão aumentando para os bancos brasileiros, diante da alta nas taxas de inadimplência e da rentabilidade pressionada, embora o setor bancário esteja adequadamente capitalizado e deva ser capaz de absorver eventuais perdas.

Leia também:

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(Com Estadão Conteúdo)

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