Metade das famílias paulistanas está endividada, diz Fecomercio
Em números absolutos, o total de famílias com dívidas chegou a 1,79 milhão na capital ao fim de 2015, segundo a entidade
O número de famílias endividadas em São Paulo voltou a subir em dezembro após três meses consecutivos de queda, segundo pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio). Exatamente metade das famílias da capital paulista tinha dívidas no último mês do ano, o que representa uma alta de 0,7 ponto percentual em relação a novembro.
Na comparação com dezembro de 2014, quando as famílias endividadas somavam 43,1%, essa proporção cresceu 6,9 pontos percentuais. Em números absolutos, o total de famílias com dívidas passou de 1,54 milhão para 1,79 milhão, um aumento de 247.000 famílias em um ano.
De acordo com a assessoria econômica da entidade, “o recebimento do décimo-terceiro salário foi importante para que muitos consumidores colocassem as contas em dia, se prevenissem das incertezas econômicas e já se preparassem para o acúmulo de obrigações financeiras e tributos no início do ano”. Segundo a Fecomercio, recorrer à poupança também tem sido uma estratégia para quitar débitos.
Conforme a pesquisa, isso ajuda a entender a estabilidade em 53,2% da proporção de famílias de baixa renda endividadas entre novembro e dezembro [de 2015]. “Entretanto, diante da inflação elevada e do aumento do desemprego as famílias de baixa renda são as que mais sofrem para manter o padrão de consumo, contratando muitas vezes empréstimos imprevistos para equilibrar o orçamento.”
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A entidade informou ainda que, devido a essa dificuldade, a proporção de endividados com renda de até dez salários mínimos subiu 7,8 pontos porcentuais na comparação com dezembro de 2014, quando chegou a 45,4%.
O crescimento da proporção total de famílias endividadas entre novembro e dezembro foi causado pelo aumento sazonal do endividamento entre as famílias com renda superior a dez salários mínimos. A parcela com dívida nessa faixa salarial passou de 37,9% em novembro para 40,7% em dezembro. Em dezembro de 2014, o valor era de 36,4%.
O cartão de crédito foi apontado como principal tipo de dívida das famílias paulistanas, citado por 71,8% das famílias endividadas, seguido por carnês (17,9%), financiamento de carro (17,8%), financiamento de casa (12,7%), crédito pessoal (12,5%) e cheque especial (8,7%).
Para a Fecomercio, as famílias de menor renda, com o acesso restrito a crédito, têm recorrido ao rotativo do cartão de crédito, o que pode comprometer as finanças devido aos juros altos dessa modalidade.
(Com Agência Brasil)