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Mercedes demite 500 em fábrica de caminhões no ABC

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC encaminhou aviso de greve à empresa e realizará, na quarta-feira, assembleia na fábrica para votar a paralisação

Por Da Redação
18 abr 2015, 11h40

Em mais um sinal de que a crise da indústria automobilística deve se prolongar, a Mercedes-Benz anunciou nesta sexta-feira a demissão de 500 trabalhadores da fábrica de caminhões em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Eles fazem parte de um grupo de 750 funcionários que estava em lay-off (contratos suspensos) desde maio do ano passado.

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A empresa alega ter ainda 1,2 mil excedentes e, em maio, dará férias coletivas a um grupo da área de produção, mas avalia número de pessoas e período. A fábrica emprega cerca de 10,5 mil pessoas e atualmente opera quatro dias por semana. A unidade também produz ônibus e componentes.

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“Diante de um cenário de ociosidade produtiva superior a 40% na fábrica de São Bernardo do Campo, a Mercedes-Benz precisa adotar novas medidas e soluções mais definitivas para continuar a gerenciar o excedente de pessoas na fábrica”, informa a montadora em nota.

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC encaminhou aviso de greve à empresa e realizará, na quarta-feira, assembleia na fábrica para votar a paralisação.

O diretor do sindicato, Moisés Selerge Junior, criticou a postura da empresa e também a falta de atitude do governo Dilma Rousseff em não colocar em prática o Plano Nacional de Proteção ao Emprego que vem sendo discutido há mais de dois anos e que ajudaria a manter vagas em épocas de crise.

Os cortes na Mercedes vão ser efetivados em 4 de maio e a empresa oferece aos demitidos o pacote de benefícios do Programa de Demissão Voluntária (PDV) que está aberto até o dia 27, e prevê pagamento de nove salários extras. Os outros 250 trabalhadores do lay-off têm estabilidade e vão voltar à fábrica.

“Somando todo o período que os trabalhadores estão em lay-off e mais esses nove meses de salário, significa que estamos bancando 20 meses de renda sem atividade de trabalho”, diz o diretor de Comunicação e Relações Institucionais da Mercedes, Luiz Carlos Gomes de Moraes. “Não sei de nenhuma outra empresa que faça isso”.

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Só neste ano as montadoras demitiram 3,6 mil trabalhadores, boa parte por meio de PDVs. Em todo o ano de 2014 foram fechadas 12,5 mil vagas. A indústria de autopeças, por sua vez, dispensou 25 mil pessoas no ano passado. O Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) prevê mais 17 mil cortes neste ano.

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) não projeta números para empregos no ano. Já para o mercado de caminhões, a previsão é de queda de 32%, para 90 mil unidades. A Mercedes deve acompanhar essa queda, informa Moraes.

Para a produção, a Anfavea prevê queda de 22,5% para caminhões e ônibus e de 9,3% para automóveis e comerciais leves. No primeiro trimestre a queda acumulada é de 49,3% só na produção de caminhões.

Outras fabricantes de caminhões estão adotando medidas de corte de produção. A Volvo colocará em banco de horas 1,5 mil trabalhadores do setor de caminhões de 20 de abril a 4 de maio. A Scania emendou o feriado de Tiradentes e não vai operar na segunda-feira. A empresa avalia medidas para maio. A MAN Latin América opera com jornada e salários reduzidos em 10%. Na Ford, 420 trabalhadores da linha de caminhões e de carros do ABC estão em banco de horas por tempo indeterminado. Na área de automóveis, todas as grandes fabricantes têm medidas de corte. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

(Com Estadão Conteúdo)

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