Mercado volta a reduzir expansão do PIB em 2012
Previsão para a alta do Produto Interno Bruto em 2012 caiu de 2,18% para 2,05%
Para 2013, as previsões no Focus apontam para um PIB crescendo 4,2%
A persistente dificuldade da economia brasileira em acelerar levou o mercado a reduzir mais uma vez sua expectativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), pela oitava semana seguida, mantendo a projeção para a Selic neste ano em 7,5%.
De acordo com relatório Focus do Banco Central (BC) divulgado nesta segunda-feira, o mercado cortou a previsão de crescimento do PIB em 2012 de 2,18 para 2,05%.
Se concretizado, esse resultado continua bem abaixo do já fraco desempenho do ano passado, quando a expansão foi de apenas 2,7%. Além disso, seria o pior resultado desde 2009, quando a economia encolheu 0,33%.
Na semana passada, o BC reduziu sua projeção para o crescimento da economia brasileira neste ano de 3,5 para 2,5%, devido à recuperação ainda lenta da atividade e ao cenário internacional.
Depois de o PIB ter crescido apenas 0,2% no primeiro trimestre deste ano, comparado com os últimos três meses de 2011, a equipe econômica da presidente Dilma Rousseff já abandonou a previsão inicial de crescimento de 4,5% da economia para este ano e parte dela fala em algo em torno de 3%.
A indústria é o ponto principal, uma vez que a produção do setor registrou a segunda queda seguida em abril, ao recuar 0,2% frente a março. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga na terça-feira os dados sobre a produção industrial de maio.
Para enfrentar essa situação, o governo vem anunciando várias medidas de estímulo e o BC reduziu a Selic em 4 pontos percentuais desde agosto passado, para a mínima recorde de 8,5% ao ano atualmente. E deve realizar ainda mais reduções, como indicado na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
Para 2013, as previsões no Focus apontam para um PIB crescendo 4,2%, inalterado ante a semana anterior. Já para a Selic no período, o mercado manteve a previsão de 9% anteriormente.
Inflação – O recente movimento de desaceleração da inflação, como mostrado por vários indicadores, abre ainda mais espaço para que o BC continue reduzindo a taxa básica de juros.
Nesta segunda-feira, o índice IPC-S calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) registrou alta de 0,11% na quarta quadrissemana de junho após encerrar maio com ganho de 0,52%. Já na semana passada, a FGV informou que o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) desacelerou para uma alta de 0,66% em junho, ante elevação de 1,02% em maio.
Assim, o mercado continua reduzindo suas estimativas para o IPCA no final deste ano, permanecendo abaixo da marca de 5%, segundo o Focus. A previsão agora é de que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no final deste ano ficará em uma alta de 4,93%, ante 4,95% na semana anterior. Para 2013, a expectativa foi mantida em 5,5%.
Em seu Relatório de Inflação, o BC piorou suas perspectivas ao projetar que o IPCA subirá 4,7% pelo cenário de referência, ante previsão anterior de 4,4%, devido à alta do dólar frente ao real.
Ainda segundo o Focus, a taxa de câmbio prevista pelo mercado para o fim de 2012 foi mantida em 1,95 real por dólar.
(Com agência Reuters)