Mercado reduz previsão de inflação para 6,23% em 2011
Relatório Focus indica apresenta recuo em relação à expectativa anterior de 6,27%. O patamar, porém, ainda está distante do centro da meta
A Selic deve fechar o ano em 12,5%
O mercado financeiro reduziu a projeção para a inflação em 2011, segundo o boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central (BC). De acordo com a pesquisa, a expectativa para a inflação oficial neste ano recuou de 6,27% para 6,23%, em um patamar ainda distante do centro da meta de inflação, que é de 4,50%. A meta tem margem de tolerância de dois pontos porcentuais para cima ou para baixo.
Já para 2012 os analistas mantiveram a projeção para a inflação em 5,10%. No caso da inflação de curto prazo, o mercado manteve em 0,48% a previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio de 2011. Para a inflação de junho, a taxa prevista passou de 0,13% para 0,11%.
O mercado financeiro manteve a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011, em 4%, segundo o boletim Focus. Para o ano que vem, a projeção para o crescimento da economia avançou de 4,10% para 4,20%. A estimativa para o crescimento da produção industrial em 2011 seguiu em 3,73%. Para 2012, a projeção para a expansão da indústria avançou de 4,55% para 4,60%.
Juros e dólar – De acordo com a pesquisa Focus, os analistas também mantiveram a previsão para a Selic (a taxa básica de juros da economia) para o fim de 2011, em 12,50% ao ano. Atualmente, a taxa está em 12,00% ao ano. A projeção para a Selic no fim de 2012 seguiu em 12,25% ao ano.
Para o mercado de câmbio, os analistas preveem que o dólar encerre 2011 em 1,61 real, ante o patamar de 1,62 real estimado na semana anterior. A projeção do câmbio médio no decorrer de 2011 passou de 1,62 real para 1,61 real. Para o fim de 2012, a previsão para o câmbio permaneceu em 1,70 real.
Contas externas – O mercado financeiro manteve a previsão para o déficit nas contas externas em 2011. A previsão para o déficit em conta corrente neste ano está em 60 bilhões de dólares. Para 2012, o déficit em conta corrente do balanço de pagamentos seguiu em 70 bilhões de dólares.
Já a previsão de superávit comercial em 2011 seguiu em 20 bilhões de dólares. Para 2012, a estimativa para o saldo da balança comercial permaneceu em 10 bilhões de dólares. Analistas também mantiveram a estimativa de ingresso de Investimento Estrangeiro Direto (IED) em 2011, em 50 bilhões de dólares. Para 2012, a previsão seguiu em 45 bilhões de dólares.
‘Inflação do aluguel’ – A inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), indicador divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta segunda feira, foi de 0,43% em maio, o que indica uma leve desaceleração ante a taxa de 0,45% em abril. A taxa mensal ficou abaixo do piso das estimativas dos analistas, que esperavam uma alta de preços entre 0,44% e 0,74%. A mediana das previsões estava em 0,59%.
A FGV anunciou ainda os resultados dos três componentes do IGP-M. O Índice de Preços ao Produtor Amplo – Mercado (IPA-M) avançou 0,03% este mês, após subir 0,29% no quarto mês do ano. Por sua vez, o Índice de Preços ao Consumidor – Mercado (IPC-M) apresentou alta de 0,90% em maio, ante aumento de 0,78% no mês passado. Já o Índice Nacional do Custo da Construção – Mercado (INCC-M) registrou taxa positiva de 2,03% este mês, em comparação com a alta de 0,75% em abril.
A taxa acumulada do IGP-M é bastante usada no cálculo de reajustes de aluguel. Até maio, o indicador acumula inflação de 3,33% no ano e de 9,77% em 12 meses. O período de coleta de preços para cálculo do IGP-M de maio foi do dia 21 de abril ao dia 20 de maio.