Mercado eleva expectativa para Selic em 2014 para 9,50%
Economistas apostam também no mercado de câmbio a um patamar maior, com o dólar próximo a R$ 2,30 em 2013 e, em R$ 2,35, no ano que vem
Economistas de instituições financeiras elevaram a expectativa para a taxa básica de juros, a Selic, em 2014 a 9,50%, ante 9,25%, mas mantiveram a projeção para este ano em 9,25%, de acordo com a pesquisa Focus do Banco Central, divulgada nesta segunda-feira. No mesmo boletim, analistas apontam para um patamar mais elevado do mercado de câmbio ainda este ano. Nesta segunda, a moeda norte-americana é negociada a 2,40 reais, superando níveis de 2009 mais uma vez.
Os economistas consultados seguiram também com a perspectiva de que a taxa básica de juros, atualmente em 8,5%, será elevada novamente em 0,5 ponto percentual na reunião de 27 e 28 de agosto do Comitê de Política Monetária (Copom). Entretanto, a mediana das estimativas de médio prazo do Top 5 – as cinco instituições que mais acertam previsões – é de que a Selic encerrará este ano e o próximo em 9,75%, ante 9,50% na semana anterior.
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O Focus mostrou ainda que os economistas elevaram pela segunda semana seguida a expectativa para o dólar no final deste ano, para 2,30 reais, ante 2,28 reais anteriormente. Para 2014, a projeção subiu a 2,35 reais, ante 2,30 reais. Preocupações relacionadas à economia brasileira e ao programa de estímulo dos Estados Unidos vêm impulsionando o dólar. Na última sexta-feira, a moeda teve a maior alta diária ante o real desde o fim de 2011 e encerrou no maior patamar em mais de quatro anos.
Em relação à inflação, os economistas deixaram inalterada a projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2013 a 5,74%, mas reduziram a perspectiva para 2014 a 5,80%, ante 5,85%. Já a projeção para a inflação em 12 meses foi elevada pela sétima semana seguida, a 5,97%, ante 5,95% na semana anterior.
Depois de mostrar moderação em julho, a expectativa é de que a alta dos preços volte a acelerar a partir de agosto, conforme se diluem os efeitos transitórios de transportes e alimentos que beneficiaram a inflação.
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Para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), as projeções foram mantidas em 2,21%, para 2013, e em 2,50%, para 2014.
Em junho, as vendas no varejo brasileiro cresceram 0,5%, abaixo do esperado e com queda em setores importantes como supermercados e tecidos e vestuário, alimentando a percepção de instabilidade da atividade econômica e de recuperação fraca.
O tom de cautela ganhou ainda mais força com a divulgação de que o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) registrou expansão de 0,89% no segundo trimestre, mostrando desaceleração ante os três primeiros meses do ano.
(com agência Reuters)