Mercadante: “Política fiscal é amigável ao emprego e à atividade econômica”
Ministro-chefe da Casa Civil reforça prioridade do governo em manter emprego e renda, e diz que cortes de gastos são possíveis, mas não de forma drástica
O ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, braço direito de Dilma Rousseff (PT), classificou a atual política fiscal do governo como “amigável ao emprego e à atividade econômica”, em um claro sinal de falta de coerência com o atual cenário de deterioração das contas públicas. Em evento em Brasília, Mercadante reforçou que a opção do governo Dilma foi por adotar uma política anticíclica.
A jornalistas, ele defendeu cortes de gastos públicos, mas não de forma drástica. “Sempre dá para cortar. O que não dá para fazer é um corte drástico que imponha uma trajetória recessiva. Nós temos que manter emprego e renda da população”, disse. A defesa de Mercadante, que chegou a ser cogitado como possível ministro da Fazenda, reforça a estratégia da política econômica da presidente, que prioriza o consumo, em detrimento da oferta.
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Superávit primário – O ministro demonstrou preocupação com a oposição que o governo Dilma encontrará no Congresso Nacional para aprovar o projeto de lei de alteração na meta do superávit primário das contas do setor público para 2014. “Espero que o Congresso sustente a escolha de reduzir (meta de) superávit primário”, disse.
Na semana passada, o governo reconheceu que não cumprirá a meta de superávit primário deste ano ao anunciar déficit recorde de 25,49 bilhões de reais em setembro. Para isso, enviará ao Congresso mudança na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para elevar o montante que o governo poderá abater do resultado em investimentos e desonerações em 2014.
O governo tem sido fortemente criticado pela falta de transparência e uso de mecanismos fiscais nas contas públicas, em meio ao cenário de atividade fraca e inflação elevada.”Continuar a ter rigor fiscal ajuda a política monetária, mas para enfrentar esse cenário que nós temos, temos que manter o investimento em gastos sociais”, considerou Mercandate.
(Com Estadão Conteúdo e Reuters)