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Mantega desqualifica crítica do FMI à economia do Brasil

Ministro afirmou que relatório publicado nesta terça, que aponta situação 'moderadamente frágil', teve como autor um economista de "escalão inferior"

Por Da Redação
29 jul 2014, 23h05

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, desqualificou nesta terça-feira o relatório divulgado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmando que o Brasil seria um dos países emergentes mais vulneráveis a mudanças na economia mundial. Por mais de uma vez, Mantega disse não ter informação sobre “o escalão” dentro do FMI responsável pelo relatório. “O relatório é de uma equipe do FMI que não sei quem é. Não é o diretor para o Hemisfério Sul”, afirmou. O ministro disse que o relatório é de um escalão inferior.

Mantega afirmou que o Brasil tem um sistema financeiro sólido e pouco alavancado. “O Brasil tem uma situação bastante sólida, que nos permitiu atravessar as turbulências causadas pela retirada dos estímulos pelo Fed e isso foi superado e nos colocou à prova. Então, não faz sentido a conclusão desse relatório. Eu não li o relatório”. “Com seis meses de atraso, o FMI repetiu o erro cometido no passado por outros analistas”, declarou.

O ministro disse ainda que a avaliação feita no relatório não tem sido incluída nas análises das instituições financeiras respeitáveis. Ele afirmou que o déficit em transações correntes no ano passado foi afetado negativamente pelo déficit da conta petróleo, que, segundo ele, este ano, está melhor. A afirmação do ministro, contudo, é contrária aos próprios dados do Banco Central, que mostram o déficit num patamar muito acima do recomendável pelo FMI e acima também do resultado de 2013.

Relatório – Em relatório divulgado nesta terça-feira, o FMI alertou para a situação “moderadamente frágil” da economia brasileira. Segundo o fundo, o déficit em transações correntes, divulgado pelo Banco Central na sexta-feira, indica que os investimentos estrangeiros não são mais suficientes para cobrir os gastos dos brasileiros no exterior. Tal conta, diz o relatório, é o maior indicativo da fragilidade do país em momentos de turbulências externas. De acordo com o FMI, o Brasil consta, ao lado de Índia, Turquia, Indonésia e África do Sul, no grupo dos cinco emergentes mais vulneráveis. Desde o início do ano, o país tem sido colocado em tal posição devido ao avanço de seu rombo. Tal constatação foi feita, inclusive, pelo Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos.

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As transações correntes mostram o fluxo de divisas que circula no Brasil por meio de importações, exportações e transferências de recursos. O montante é composto pelas contas da balança comercial, serviços, rendas e pelas remessas ao exterior. O déficit em transações correntes do Brasil somou 3,345 bilhões de dólares em junho. Em maio, o déficit das transações ficou em 8,3 bilhões, o pior desempenho para o mês desde o início da série histórica, em 1947. No acumulado de janeiro a junho de 2014, o déficit em conta corrente soma 43,311 bilhões de dólares, o equivalente a 3,47% do Produto Interno Bruto (PIB). No acumulado dos últimos 12 meses até junho, o saldo está negativo em 81,193 bilhões de dólares, o que representa 3,58% do PIB.

O relatório do FMI seria mais alarmante se o fundo tivesse levado em consideração os dados de 2014. O texto informa que, em 2013, o rombo externo fechou no vermelho em 2,9% do PIB, muito abaixo do verificado neste ano. A avaliação do Fundo é de que um déficit equilibrado está entre 1% e 2,5%. “Mesmo que tenham diminuído, os desequilíbrios ainda são muito grandes. Em linhas gerais, se somarmos todo mundo, eles são o dobro do que esperávamos ver. Isso não é razão para alarme. É razão para preocupação”, disse Steven Phillips, do Departamento de Pesquisa do FMI, em conferência telefônica sobre o relatório, divulgado em conjunto com outro estudo sobre contágios econômicos.

(Com Estadão Conteúdo)

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