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Loyola afirma que credibilidade do BC ‘está em xeque’

Para o ex-presidente do BC Gustavo Loyola, decisão desta quarta-feira revela imprudência. Ele acrescenta que o sistema de metas de inflação está abalado.

Por Da Redação
1 set 2011, 12h20

“A decisão do BC foi precipitada. Muita gente poderá, a partir de agora, ficar com a avaliação segundo a qual fatores não objetivos e técnicos, ou forças ocultas, influenciaram a queda dos juros”, afirmou.

O ex-presidente do Banco Central (BC) Gustavo Loyola afirmou nesta quinta-feira que a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de reduzir o juro básico da economia de 12,5% ao ano para 12% ao ano foi “equivocada” e mostrou certa imprudência do colegiado. “A grande dúvida hoje é saber se o BC tem autonomia na política monetária”, comentou, referindo-se a eventual capitulação do Copom a pressões políticas vindas do Palácio do Planalto e do Ministério da Fazenda para que fosse iniciado imediatamente um ciclo de redução da taxa Selic. “A credibilidade do BC está em xeque”, afirmou.

Para Loyola, o sistema de metas de inflação puro, que persegue um objetivo central, está abalado. “Ninguém sabe mais qual é a meta de inflação, se é 4,5% ou mais”, afirmou. “Ela existe apenas no papel.”

Segundo ele, a Tendências Consultoria Integrada, da qual é sócio, prevê que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) chegará a 6,6% neste ano e a 5,4% em 2012, mas, com a redução inesperada dos juros, acredita que certamente a taxa subirá. “A inflação pode agora chegar a 6% em 2012”, disse.

Problemas na comunicação – Para Loyola, o presidente do BC, Alexandre Tombini, seguramente tem uma visão privilegiada sobre o cenário de crise internacional, até porque participou do encontro de presidentes de BCs realizado na semana passada em Jackson Hole, nos Estados Unidos. Contudo, ponderou que seria mais adequado que a autoridade monetária brasileira tivesse utilizado mecanismos de comunicação para informar aos agentes econômicos que uma recessão mundial é inevitável no curto prazo e isso gerará efeitos “desinflacionários” em nível global, que seriam incorporados no Brasil em breve.

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“O BC não convenceu. Não há evidências de que o mundo vai entrar em recessão tão rapidamente. Além disso, a inflação está acima da meta e as expectativas para o próximo ano apontam que ela também está distante dos 4,5%”, afirmou Loyola.

De acordo com a pesquisa Focus, a mediana das previsões para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2012 estava em 5,3% há um mês e agora está em 5,2%. Segundo Loyola, seria mais oportuno que o BC mantivesse os juros estáveis na reunião encerrada ontem e preparasse o mercado nas próximas seis semanas para eventualmente reduzir a Selic com maior segurança em outubro.

“A decisão do BC foi precipitada. Muita gente poderá, a partir de agora, ficar com a avaliação segundo a qual fatores não objetivos e técnicos, ou forças ocultas, influenciaram a queda dos juros”, afirmou.

(com Agência Estado)

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