Juros da Zona do Euro ficam mais próximo de zero
Banco central da região reduziu os juros para 0,05%, em uma tentativa de acelerar o aumento dos preços e fortalecer a economia da zona do euro
Enquanto o Comitê de Política Monetária (Copom) do Brasil manteve a Selic em 11% ao ano, do outro lado do planeta, no Velho Continente, o Banco Central Europeu (BCE) cortou nesta quinta-feira as taxas de juros para quase zero. No Brasil, a inflação ameaça ultrapassar o limite da meta oficial neste ano, de 6,5%. Mas, na Zona do Euro, é a deflação que está preocupando a autoridade monetária. Isso porque a queda de preços ao consumidor reflete o baixo consumo e sinaliza um Produto Interno Bruto (PIB) também fraco. A principal economia do bloco, a Alemanha, já registrou queda de 0,2% em seu PIB no segundo trimestre, pressionada pela queda dos investimentos e pela desaceleração do comércio.
A decisão de mais um corte nos juros foi inesperada e deixa ainda mais próxima de zero a taxa básica (para depósitos overnight): de 0,15% caiu para 0,05%. Para o economista do Unicredit, Marco Valli, o corte terá pouco impacto na economia europeia. “Eles provavelmente querem mostrar que não ficarão apenas na retórica. Mas isso ajudará apenas marginalmente.”
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O presidente do BCE, Mario Draghi, também disse que a autoridade monetária começará a comprar títulos securitizados e bônus cobertos (duas modalidades de empréstimo) no próximo mês.
A estratégia de comprar títulos públicos começou no pós-crise como um mecanismo de injetar dinheiro no mercado e estimular a economia, o chamado ‘afrouxamento quantitativo’ (quantitative easing, em inglês), política usada também pelo governo americano. “Alguns de nossos membros do Conselho votaram a favor de fazer mais do que estamos apresentando hoje, enquanto outros foram a favor de fazer menos. Então nossas propostas atingem o meio-termo”, disse Draghi.
Os juros mais baixos deixam a oferta futura de títulos da eurozona com vencimento em quatro (operações de refinanciamento de longo prazo direcionadas ou TLTROs) mais atrativao porque torna mais barata a captação de rescursos pelos bancos.
(Com agência Reuters)