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Juro do bônus espanhol de dez anos avança e chega a 7%

Recusa do Banco Central Europeu (BCE) em comprar dívida e realizar novas medidas de estímulo dissemina pessimismo entre os investidores

Por Da Redação
6 jul 2012, 09h01

A rentabilidade dos bônus espanhóis de dez anos alcançou nesta sexta-feira 7% – patamar de juros que os analistas consideram insustentável para a administração da dívida pública do país. Este valor não era alcançado desde 19 de junho, antes da cúpula na qual os chefes de estado e de governo da União Europeia (UE) acertaram a possibilidade de ajuda direta aos bancos e de o fundo de resgate comprar dívida nos mercados secundários. O prêmio de risco da Espanha superava 562 pontos básicos nesta manhã.

A recusa do Banco Central Europeu (BCE) em comprar dívida e realizar novas medidas de estímulo, além do esperado rebaixamento da taxas de juros ao mínimo histórico de 0,75% nesta quinta-feira, foi o fator “detonante” da subida do risco-país da Espanha, apontam analistas.

Pouco antes das 10h45 GMT (7h45 de Brasília), a rentabilidade que se exigia da dívida espanhola a dez anos marcava exatamente 7%, ao passo que o bônus alemão para o mesmo prazo seguia em 1,37%. O prêmio de risco da Espanha subia mais de 23 pontos, para 562 pontos.

Patamar perigoso – A Grécia foi resgatada em 23 de abril de 2010 quando seu prêmio de risco estava em 580 pontos básicos, com o rendimento de seus bônus de dez anos chegando a 8,7%, acima do patamar de 8,3% que levou à Irlanda a pedir auxílio, mas abaixo dos 9,7% de Portugal.

Analistas de mercado concordam que o mercado está pressionando o governo espanhol para que aplique novos recortes e mais ajustes para reduzir o déficit público, diante da convicção de que não será possível conseguir os objetivos enquanto a recessão se agravar. Os indicadores macroeconômicos confirmam o arrefecimento da economia europeia, que, no caso da Espanha, representa uma recessão que tecnicamente começou no final de março.

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Além disso, diminuem as expectativas de que a reunião do Eurogrupo desta segunda-feira sirva para definir a ajuda aos bancos espanhóis, o que aumenta a desconfiança sobre o país.

BCE – Nesta sexta-feira, o Banco Central Europeu (BCE) mandou um duro recado ao mercado. Jörg Asmussen, membro da diretoria da instituição, declarou que o BCE atua em função de seu mandato, e não das expectativas de investidores, economistas e da imprensa. “Faremos ao fim o que considerarmos oportuno, em total independência e de acordo com nosso mandato”, declarou em entrevista coletiva em Bruxelas. Durante o bate-papo com jornalistas, ele criticou os “polemistas” e os que “sabem mais que ninguém”, mas que não assumem nenhuma responsabilidade.

Na quinta-feira, a instituição monetária com sede em Frankfurt reduziu a taxa básica de juros para 0,75% para tentar reativar a economia da Eurozona com o estímulo ao crédito. O órgão não anunciou, contudo, outras medidas, como oferecer liquidez aos bancos ou retomar a compra de dívida pública no mercado secundário, o que decepcionou analistas e mercados. “Os atos são mais fortes que as palavras, em particular quando são oportunos, comedidos e eficazes. É o que cria confiança”, disse Asmussen.

(Com agências EFE e France-Presse)

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