Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Itaú emprestará ao BMG a juros de mercado, diz Setubal

Para o banco mineiro, vantagem da parceria está na estabilidade no funding; desde a crise do Panamericano, bancos pequenos e médios têm dificuldade para captar

Por Da Redação
10 jul 2012, 17h17

Ricardo Guimarães, presidente do BMG, admitiu que chegou a avaliar a venda do banco

O Itaú comprometeu-se a comprar até 300 milhões de reais por mês em carteiras de crédito geradas pelo BMG com taxas de juros de mercado, disse o presidente da instituição, Roberto Setubal. Nesta segunda-feira, o Itaú anunciou a assinatura de uma parceria com o banco mineiro de médio porte com o objetivo de ofertar, distribuir e comercializar créditos consignados no Brasil.

Mesmo que o dinheiro do Itaú seja captado a custo de mercado, a principal vantagem para o BMG, segundo seu presidente, Ricardo Guimarães, será a maior estabilidade no funding. O banco vinha dependendo muito da cessão de carteiras a outras instituições financeiras e depósitos com garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), o chamado DPGE, para captar recursos. Desde a descoberta do rombo do PanAmericano, a cessão de carteiras tem “andado de lado” e o DPGE acaba em 2016.

Guimarães disse que chegou a avaliar a venda do BMG, mas o modelo de associação proposto pelo Itaú foi a melhor solução encontrada, além de ter sido fechado em tempo recorde.

Leia mais:

Leia mais: Cruzeiro do Sul não é novo PanAmericano, dizem fontes

Continua após a publicidade

De olho nos médios – Em meio às mudanças pelas quais passam os bancos médios, o presidente do Itaú vê oportunidades de aquisição e parceria com instituições que operam com nichos de mercado. O executivo cita como exemplo o próprio acordo com o BMG, focado em crédito consignado. Para Setubal, esse é um segmento que o banco mineiro tem muita experiência e seria complicado para o Itaú começar um negócio novo do zero e sozinho.

A nova empresa vai absorver os correspondentes bancários do BMG, chamados de pastinhas. São os agentes que oferecem o consignado nos mais diferentes e distantes lugares do país. Setubal prevê que o consignado vai continuar crescendo e se transformará em uma das maiores carteiras do banco, igualando-se ou até superando a de veículos. O Itaú é forte no financiamento de carros, mas vem reduzindo a liberação de recursos em meio a alta da inadimplência desde o ano passado.

O foco do Itaú no crédito é trabalhar em linhas de menor risco e spread – diferença da taxa que o banco paga para captar recursos e a que ele empresta aos clientes – mais baixo. No caso do consignado, a garantia do contrato é o próprio salário ou aposentadoria do tomador. Por isso o risco é muito baixo e as taxas de juros menores, na casa dos 2% ao mês.

A intenção do banco em trabalhar nesses segmentos de menor spread, destaca Setubal, vai em direção até com a política atual do governo da presidente Dilma Roussef, que tem usado os bancos públicos para reduzir as taxas cobradas no crédito e os spreads bancários, estimulando os privados a fazerem o mesmo.

Aporte – A família Pentagna Guimarães, controladora do BMG, vai fazer um investimento de 300 milhões de reais no BMG que, por sua vez, fará aporte na joint venture criada em parceria com o Itaú. Já o banco comandando por Roberto Setubal fará um aporte de 700 milhões de reais com dinheiro do próprio caixa, sem necessidade de captar dinheiro no mercado.

Continua após a publicidade

A joint venture anunciada nesta terça-feira terá capital de 1 bilhão de reais e vai se voltar ao crédito consignado. O Itaú continuará operando no segmento, de forma independente, em sua rede de agências, ao passo que o BMG seguirá com operações próprias. Já o foco do banco mineiro vai ser produtos como recebíveis e financiamento de veículos e pode ainda desenvolver novos negócios, como cartões, segundo Ricardo Guimarães.

Os detalhes operacionais da nova empresa, como nome que terá na praça, taxas de juros e condições ainda não estão definidos. “Está tudo muito fresco ainda”, disse Guimarães. “Ainda nem deu tempo de conversar (sobre essas questões”, complementou.

O Itaú tem uma carteira de 10 bilhões de reais no consignado. Já o BMG tem em torno de 25 bilhões de reais. Setubal afirmou que o projeto é que a nova empresa seja grande, com participação relevante no mercado.

(com Agência Estado)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.