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Inflação em 2010 tem a maior alta em seis anos

Alimentos foram os principais 'vilões', com alta acumulada de 10,39% no ano

Por Ana Clara Costa
7 jan 2011, 08h33

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o ano de 2010 em alta de 5,91%, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A alta anual é a maior desde 2004, quando o índice ficou em 7,6%. O resultado do ano passado foi 1,6 ponto porcentual superior ao registrado em 2009. Os grandes vilões da inflação, segundo o IBGE, foram os alimentos, que registraram alta de 10,39% no período.

Para se ter uma ideia, apenas o feijão ficou 51,49% mais caro no ano passado. Segundo o IBGE, porém, o aumento mais sentido no bolso dos brasileiros foi o da carne, cujo quilo subiu 29,64%, em média – o alimento foi o que mais contribuiu para o IPCA do ano, com 0,64 ponto porcentual.

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O índice engloba a variação de preços para famílias com rendimentos mensais de 1 a 40 salários mínimos, residentes nas principais áreas urbanas do país. O IPCA também é o índice oficial utilizado pelo Banco Central para cumprir o regime de metas de inflação, determinado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O centro da meta de inflação para 2010 era de 4,5%, com margem de tolerância de dois pontos porcentuais para cima ou para baixo.

No mês de dezembro, houve desaceleração do IPCA. A inflação no mês passado ficou em 0,63%, ante 0,83% registrados em novembro.

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Impacto – Além de afetar o poder de compra dos brasileiros, a inflação elevada cria sérios problemas para a economia do país. “Esse processo quebra os referenciais econômicos, pois acaba dissipando a noção de preços relativos. E isso é extremamente nocivo pro mercado e gera especulação”, afirma Otto Nogami, vice-coordenador dos Programas de MBA Executivo do Insper.

Diante de perspectivas pouco animadoras, a equipe econômica do governo Dilma já alertou o mercado que lutará incessantemente para combater a elevação dos preços. Uma primeira frente de batalha poderá ser propiciada pelo prometido ajuste fiscal, o que significa que o governo pode diminuir sua contribuição para a expansão da demanda total por produtos e serviços no país. “Não há como pedir para que a população que conseguiu pela primeira vez um emprego com carteira assinada pare de consumir”, afirma o professor da área de MBAs da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Robson Gonçalves.

A contração do crédito – estimulada, principalmente, pelo o aumento do compulsório dos bancos – é outra alternativa já sinalizada pelo governo para conter a alta dos preços. Entretanto, não pode (nem deve) ser a única. As próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que acontecerão em 18 e 19 de janeiro, já poderão trazer uma elevação da taxa básica de juros, conforme apostam alguns economistas.

Perspectiva – Para os próximos meses, a pressão dos alimentos na inflação tende a persistir, sobretudo porque a inflação destes produtos não se restringe ao país, pertencendo a um contexto global. Segundo Gonçalves, o cenário só não piora mais porque o câmbio brasileiro valorizado favorece. Diante desse cenário, a expectativa dos especialistas é que Dilma utilize seu período de ‘lua-de-mel’ com o Brasil para tomar medidas – talvez impopulares – que coloquem a economia nos eixos.

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