Investimento estrangeiro direto recua 2% em 2012
Apesar da leve queda, volume de 65,2 bilhões de dólares é o segundo maior já registrado pelo BC
O volume de Investimento Estrangeiro Direto (IED) recuou 2% em 2012, em relação ao ano anterior, fechando em 65,2 bilhões de dólares. Apesar da queda, o número é o segundo maior da série histórica do BC. O melhor resultado ocorreu em 2011, quando o IED alcançou 66,6 bilhões de dólares e apresentou um crescimento de 37,5% em relação ao ano anterior.
Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, apesar da queda, o volume não decepcionou. “O fluxo de investimentos estrangeiros continuou robusto ao longo do ano e veio de forma bem distribuída. O investimento estrangeiro nem sempre se reverte de maneira imediata em ampliação de formação bruta de capital fixo (taxa de investimentos calculada pelo IBGE e que apresentou queda em 2012). Parte destes recursos são usados para adquirir ativos já constituídos no país, e parte se reverte em ampliação da capacidade produtiva”, explicou.
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Transações correntes – O Brasil teve ainda, em 2012, o maior déficit em transações correntes da história. Essa conta é composta pela balança comercial, conta de serviços e rendas. Ela mostra como estão equilibradas as transações do Brasil com outros países e é um dos principais indicadores da saúde das contas externas brasileiras. As transações correntes ficaram negativas em 54,246 bilhões de dólares – o equivalente a 2,4% do Produto Interno Bruto (PIB). O pior resultado, até então, havia sido verificado em 2011, quando o déficit foi de 52,4 bilhões de dólares.
Maciel também minimizou o resultado, afirmando que déficits altos em conta corrente são corriqueiros em países em desenvolvimento, que precisam da poupança externa para investir. “O déficit cresce naturalmente porque o país está em desenvolvimento, em crescimento. Mas estamos financiado com investimentos estrangeiros diretos, o que é benigno”, declarou. O déficit só não foi maior devido à piora dos resultados das empresas estrangeiras no Brasil e à alta do dólar. O volume de remessas de lucro e dividendos ficou em 24,11 bilhões de dólares em 2012, ante 38,16 bilhões de dólares remetidos em 2011.
Com dólar próximo de 2 reais ao longo de praticamente todo o ano de 2012, as empresas receberam menos ao converterem reais em dólares em operações de câmbio. Enquanto em 2011, o dólar operou mais próximo de 1,70 real.