Inflação sobe 0,64% em abril, informa IBGE
Alta é a maior do ano, que acumula variação de 1,87%, bem abaixo do mesmo intervalo do ano passado, quando a alta foi de 3,23%
Com remédios, cigarros e empregados domésticos mais caros, a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou 0,64% em abril contra 0,21% em março.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), somente os preços de cigarros aumentaram em 15,04% dado o reajuste imposto pelo governo e válido a partir de 6 de abril. Somado à alta dos custos com empregados domésticos, o grupo despesas pessoais foi o que mais pressionou no mês, com alta de 2,23%. Os remédios também contribuíram para um aumento de preços ao consumidor, dado o reajuste de preços vigente desde 31 de março. Os três itens responderam por 38% do IPCA de abril.
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Alimentos – A inflação dos alimentos dobrou na passagem de março para abril, no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O grupo Alimentação e Bebidas saiu de uma alta de preços de 0,25% em março para um aumento de 0,51% em abril. Houve tanto impacto da valorização do dólar frente ao real quanto de problemas climáticos.
“Os alimentos têm efeito da exportação, que já é um indício do dólar crescendo. Temos efeitos também dos problemas de safra e do clima, que influenciam o feijão, por exemplo, o principal impacto entre os alimentos”, contou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE.
O destaque de alta foi o feijão carioca, mais consumido no País, que teve aumento de 12,66% em abril. Ficaram mais caros também o feijão-mulatinho, o sorvete, a farinha de mandioca, o alho, o óleo de soja, a batata inglesa, os pescados, o ovo de galinha, o queijo, a cerveja, o frango em pedaços, o açúcar refinado, o leite longa vida, o biscoito e o arroz.
“Arroz subiu, feijão subiu, farinha subiu. Na verdade é o prato típico do brasileiro. A safra de mandioca foi bastante prejudicada. No caso do feijão, é safra também. São pequenos produtores que plantam. Quando o preço é bom, todo mundo planta no ano seguinte. Quando é ruim, ninguém planta”, explicou Eulina. “O aumento do óleo de Soja é ligado ao dólar. Há problemas na safra americana, e o Brasil está exportando mais. Então o preço da soja está aumentando no País.”
Na direção oposta, ficaram mais baratos o tomate, as carnes, o lanche, o frango inteiro, o açúcar cristal e o café moído. “A carne continua caindo. No primeiro semestre, é período de safra da carne. Então os produtores têm abatido mais”, disse a coordenadora do IBGE. As carnes saíram de uma queda de 1,63% em março para um recuo de 1,35% em abril.
Vestuário – Os grupos vestuário e comunicação deixaram o patamar de deflação visto no mês de março e apresentaram crescimento de preços no quarto mês do ano, de 0,98% e 0,46%, respectivamente. Somente o grupo artigos de residência aprofundou a queda dos valores, que passaram de -0,40% para -0,79% entre os dois períodos.
No acumulado anual, o IPCA marcou 1,87% de inflação, bem abaixo do mesmo intervalo do ano passado, quando a alta foi de 3,23%. No acumulado dos últimos 12 meses, o aumento de preços ficou em 5,10%, também inferior aos 5,24% comprando aos doze meses imediatamente anteriores.
Remédios – O reajuste dos remédios também teve forte impacto na inflação. Os preços subiram 1,58% no mês passado, após terem aumentado 0,02% em março. Os reajustes foram concedidos em 31 de março. Como resultado, os remédios foram os principais responsáveis pela alta de 0,96% no grupo Saúde e Cuidados Pessoais em abril.
A contribuição dos remédios foi de 0,05 ponto porcentual na taxa do IPCA (0,64%) no mês. Junto com os impactos de empregados domésticos (0,07 ponto porcentual) e cigarros (0,12 ponto porcentual), apenas esses três itens foram responsáveis por 0,24 ponto porcentual da inflação em abril, o equivalente a 38% do IPCA.