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Inflação preocupa mais que alta dos juros, diz presidente da GM

Montadora divulga pela primeira vez em sua história seus resultados no Brasil

Por Ana Clara Costa
24 fev 2011, 18h56

Enquanto alguns analistas colocam o aumento dos juros como um possível entrave à expansão do setor automotivo no Brasil em 2011, o presidente da terceira maior montadora do país pensa o contrário. Jaime Ardila – que assumiu indefinidamente o cargo de presidente da General Motors no país (ele já era da divisão para a América do Sul), após a saída repentina da presidente Denise Johnson – afirma que sua preocupação é outra: o aumento dos preços dos alimentos. Na avaliação dele, a inflação destes produtos tem o poder de impactar mais a venda de veículos que o próprio aumento dos juros. “Se os juros sobem, as pessoas dão um jeito de fazer a parcela caber no bolso. Já quando o orçamento está comprometido com despesas fixas mais altas, como supermercado, é preocupante”, afirma.

Ardila recebeu a imprensa, ao lado da cúpula brasileira da GM, para informar, pela primeira vez, alguns números relevantes da operação regional e nacional da montadora. Até o ano passado, a GM não divulgava nem mesmo os dados regionais. “O Brasil e China são as principais estrelas da GM. Queremos que os dois países sejam o eixo da recuperação da empresa no mundo”, afirmou o executivo. O país, que comercializou 658 mil unidades da montadora em 2010, é atualmente o terceiro mercado consumidor para a GM – e responde por 65% das vendas da América do Sul, ou 10,5 bilhões de dólares em receita. Segundo Ardila, o crescimento da receita entre 2009 e 2010 foi de 2 bilhões de dólares no continente sul-americano – o que, para o Brasil, significa que as vendas aumentaram cerca de 1,5 bilhão de dólares no período.

A GM prevê que, em 2011, o número de veículos vendidos pela empresa totalizará 700 mil unidades – quase 50 mil a mais que em 2010. Segundo Ardila, a previsão já conta com certa parcimônia, na certeza de que o Banco Central aumentará os juros, pelo menos, duas vezes neste ano. “Nossas previsões já estão mais conservadoras. A princípio, não acreditamos que será preciso revê-las ao longo do ano”, afirmou o executivo.

Combustíveis – No entanto, outros fatores (além dos juros) serão levados em consideração. É o caso do preço do petróleo, cujo barril atingiu 120 dólares nesta quinta-feira, e que afeta diretamente toda a linha de produção de veículos. “Mesmo com cenário se deteriorando, a América Latina goza de uma situação mais confortável, com a produção petrolífera da Venezuela e do Brasil. Cerca de 17% das reservas mundiais provadas estão na região”, disse o presidente.

Na avaliação de Ardila, os preços dificilmente serão repassados ao consumidor final. “Caso sejam repassados, veremos a migração para automóveis menores e mais econômicos”, afirma. Tais carros, mais eficientes no que se refere a combustíveis, produzem geralmente margens mais estreitas para as montadoras.

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O etanol – que normalmente seria uma ‘carta coringa’ para o Brasil e tempos de alta do petróleo – hoje sobe a um ritmo intenso. Segundo Ardila, em 2010, a GM vendeu mais automóveis movidos a diesel do que flex no país.

China – O mercado chinês tornou-se, em 2010, o primeiro para a GM, atrás dos EUA e do Brasil. A companhia vendeu cerca de 2,2 milhões de unidades no país, enquanto, em sua terra natal, as vendas chegaram a 2,1 milhões de veículos. A GM também é a líder no mercado automotivo na China. Segundo Ardila, as coisas podem melhorar ainda mais na Ásia, sobretudo se Pequim retirar o controle que exerce sobre o yuan. “Em algum momento o yuan terá de ceder. E isso melhorará muito as exportações de peças e veículos para a China”, afirmou. O país asiático já conta com uma fábrica da GM em Xangai.

Dan Akerson, presidente mundial da GM, afirmou em conferência a analistas na manhã desta quinta-feira que não esperava que 2010 fosse se desenvolver de maneira tão positiva para a empresa – que passou por sua pior crise em 2008. “É um bom começo, mas há muito mais pela frente”, disse.

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