Inflação acelera em agosto e registra alta de 0,24%
De acordo com o IBGE, o IPCA acumula alta de 6,09% nos últimos doze meses até agosto, ante o dado de 6,27% registrado até julho
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, teve alta de 0,24% em agosto, acima da taxa de 0,03% registrada em julho. Com o resultado, a inflação acumulada nos últimos doze meses ficou em 6,09%, mostrando redução ante o dado de 6,27% registrado em julho, na mesma base de comparação.
Já no acumulado do ano, o IPCA teve alta para 3,43%, ante 3,18% registrado em igual período de 2012. Porém, o dado mensal veio abaixo do registrado em agosto de 2012, quando a taxa foi de 0,41%.
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Os resultados ficaram em linha com a expectativa de economistas ouvidos pela Reuters, que esperavam alta de 0,25% na comparação mensal e de 6,10%, no acumulado em 12 meses.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a principal influência para o resultado veio de Habitação, com impacto de 0,08 ponto percentual após repetir a alta de 0,57%. Já o grupo Saúde e Cuidados Pessoais subiu 0,45%, ante alta de 0,34% em julho, com impacto de 0,05 ponto percentual no índice de agosto.
Por outro lado, Alimentação e Bebidas mostrou variação positiva de 0,01% em agosto, depois de cair 0,33% no mês anterior, porém o impacto foi zero. O item leite longa vida liderou o ranking dos principais impactos do mês no grupo, apesar de a alta registrada em agosto, de 3,75%, ter sido inferior à de julho, de 5,06%.
No mês, a queda dos preços dos Transportes perdeu força, passando a uma queda de 0,06% em agosto após deflação de 0,66% em julho. Segundo o IBGE, o mês de julho acumulou o maior impacto da queda dos preços das tarifas.
Dólar – A desvalorização do real ante o dólar já começa a ter reflexos na inflação de alguns produtos alimentícios no país, segundo a coordenadora de Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos. Entre os itens que já sentem esse reflexo está a farinha de trigo, que impacta diretamente o preço de pães e cerveja, por exemplo.
“No índice desse mês a gente já vê alguma informação que nos leva a concluir que o dólar teve efeito, como a farinha de trigo que saiu de 1,33% em julho para 2,68% em agosto”, afirmou a coordenadora. Segundo Eulina, o impacto do dólar “está espalhado em toda a economia, em empréstimos da indústria, mas nos alimentos os efeitos já aparecem neste mês.”
Outro produto influenciado foi o leite longa vida, item com mais impacto no grupo alimentos em toda a pesquisa de inflação para agosto. Segundo o IBGE, a desvalorização cambial afeta produtos como adubo, farelo de milho e ração, que pesam na composição do preço do leite. “O leite também é influenciado pelo período de entressafra, que sofre com a onda de frio, e pela alta da demanda também vista de grandes períodos de frio que o pais vem enfrentando”, completa a pesquisadora.
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(com agência Reuters)