Hollande e Merkel reafirmam intenção de manter Grécia na eurozona
Os líderes das maiores economias da zona do euro destacaram ainda que respeitam a decisão de Atenas de realizar novas eleições
A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o presidente da França, François Hollande, afirmaram nesta terça-feira que ambos desejam que a Grécia permaneça na zona do euro. Foi o primeiro – e muito aguardado pelo mercado – discurso conjunto de Merkel com o novo líder francês.
As declarações da dupla “Merkollande”, porém, não foram suficientes para acalmar os mercados financeiros. Em todo o mundo, as bolsas caíram e o dólar ganhou força nesta terça, em grande parte devido ao temor dos investidores de que a Grécia tenha de abandonar a união monetária ao não chegar a um acordo político para formação de um novo governo capaz de dar continuidade às reformas internas.
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Para a chanceler alemã, o desejo de que a Grécia prossiga na zona do euro existe apesar da crise política que atinge Atenas e da recente ruptura de negociações entre os partidos locais para formar uma nova coalizão no Parlamento, o que obriga o país a realizar novas eleições em junho.
“Queremos que a Grécia permaneça no euro. Sabemos que a maioria dos gregos quer o mesmo”, declarou a alemã. Merkel também afirmou que ela e seu colega francês têm “pontos em comum” em suas visões sobre crescimento econômico.
Novo presidente – Já François Hollande, que tomou posse nesta terça-feira e voou para Berlim para seu primeiro encontro como presidente da França, reiterou que a Grécia assumiu compromissos que devem ser cumpridos. Ele ressaltou que a Europa está disposta a tomar medidas para que o país volte ao caminho do crescimento.
A demanda por medidas que estimulem a expansão do Produto Interno Bruto dos países da região é a principal bandeira política do presidente francês, que, inclusive, foi decisiva para sua chegada ao Palácio do Eliseu.
Tanto Merkel como Hollande destacaram que “respeitam” a decisão da Grécia de realizar novas eleições. Em entrevista coletiva, o presidente francês insistiu várias vezes em seu desejo de enviar um “sinal” ao povo grego de que “queremos ajudá-los a ficar no euro”.