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Grupo argentino tenta comprar Petrobras Argentina

O Indalo pretende fechar acordo de compra dos ativos por meio da criação de uma companhia nos Estados Unidos

Por Da Redação
20 Maio 2013, 20h00

O argentino Grupo Indalo tenta fechar acordo de compra dos ativos da Petrobras Argentina (Pesa) por meio da criação de uma companhia nos Estados Unidos, com sede em Nova York. A nova companhia, Centenary Internacional Corporation (CIC), administrará os ativos do setor de energia da holding e obterá o financiamento necessário para a compra da Pesa pelo valor de 911 milhões de dólares.

A engenharia financeira foi explicada pelo gerente-geral e sócio do Grupo Indalo, Fabián de Sousa, em entrevista concedida aos quatro principais jornais argentinos, no fim de semana. Sousa esclareceu que a negociação com a Petrobras “começou no dia 12 de dezembro e poderia demorar entre 60 a 90 dias mais”. Porém, reconheceu que a Indalo “compete com outras empresas argentinas”, como havia antecipado, há alguns dias, no Senado, a presidente da estatal, Graça Foster.

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Caso a Petrobras aceite a proposta, o Grupo Indalo usará recursos próprios e financiamentos institucionais locais e internacionais captados pela Centenary. Essa nova empresa será formada por 65% de participação do empresário Cristóbal López, 30% do gerente-geral e sócio do Grupo Indalo e 5% de outros acionistas. “Estamos negociando com um grupo de bancos internacionais para estruturar uma dívida de 768 milhões de dólares”, detalhou Sousa, completando que a empresa planeja pedir emprestado no mercado doméstico outros 142 milhões de dólares. O financiamento seria obtido por meio de emissão de títulos da companhia em Wall Street.

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Fontes do mercado afirmaram que, desde o início, a operação de compra dos ativos esbarra no chamado “cepo cambiário” – os controles cambiais iniciados em outubro de 2011, para evitar a fuga de divisas do sistema financeiro. Com as normas endurecidas em maio de 2012, as empresas passam por restrições para remessa de divisas, até mesmo para pagar dívidas.

“A questão não é só a saída de divisas. O problema é que os controles cambiais evitam a entrada de divisas porque os empresários/investidores sabem que não podem remeter seus lucros e não podem sair depois”, afirmou o economista José Luis Espert, que esclareceu não falar, especificamente, sobre o caso Petrobras. Qualquer dólar que saia do país legalmente tem de ser autorizado pelo Banco Central. Tais autorizações são feitas de maneira discricionária e a maioria das empresas não consegue obter o sinal verde para os envios de remessas.

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A própria Petrobras Argentina, em 2012, só conseguiu remeter ao Brasil 10% dos 22 milhões de dólares de lucro que pretendia enviar. Um importante consultor de empresas do setor de energia, que pediu para não ser identificado, afirmou que a engenharia financeira anunciada por Sousa “é muita estranha” e que o negócio continua a causar “muito ruído porque arranha a credibilidade da Petrobras”.

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“Tudo isso é muito surpreendente. Mas o que não compreendo é como a Petrobras vai negociar nestas condições e com empresários de índole duvidosa”, opinou. O analista classificou a negociação entre o Grupo Indalo e a Petrobras como “anormal” e pôs em dúvidas a capacidade do grupo de conseguir o financiamento externo.

“É muito estranho que uma empresa como esta vai conseguir um empréstimo de 900 milhões de dólares num período de escassez de divisas. Mesmo que capte esses recursos no exterior, terá de pagar o financiamento. Como vai enviar esses dólares?”, indaga, em tom crítico. O governo, continuou, proíbe operações em dólares, e, se autoriza esta empresa a enviar esses montantes, seria um novo escândalo.

(com Estadão Conteúdo)

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