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Greve já afeta fluxo de mercadorias, exportações e colheita de soja

Postos e distribuidoras de combustíveis no interior do país, bem como indústrias de alimentos, já são diretamente afetados pelos bloqueios

Por Da Redação
24 fev 2015, 18h57

Os protestos de caminhoneiros em importantes rodovias do país se espalharam nesta terça-feira, sétimo dia de manifestação, chegando ao Estado de São Paulo e restringindo a oferta de combustíveis e matérias-primas para a indústria de alimentos, impactando também a colheita e a exportação de produtos chaves do país, como a soja. Até agora, doze Estados foram afetados pelas paralisações.

Postos e distribuidoras de combustíveis no interior do país bem como indústrias alimentícias estão sendo diretamente afetados pelos bloqueios dos caminhoneiros, que reivindicam menores custos com combustível e pagamento de impostos.

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As manifestações, além de interromperem o transporte interno de mercadorias, estão atrasando a chegada de produtos de exportação aos portos, com reflexo no mercado externo. Os contratos futuros da soja fecharam em alta de mais de 1% nesta terça-feira na Bolsa de Chicago, referência internacional para os preços da commodity, com operadores preocupados com a oferta do Brasil, líder global na exportação do grão em 2014.

No início da tarde, manifestantes bloquearam o acesso e a saída ao Porto de Santos, o principal do país e o mais importante para a exportação de soja, café, açúcar e suco de laranja do país, além de produtos manufaturados.

A ALL, maior operador ferroviário do país, informou que a paralisação de caminhoneiros está afetando as operações da empresa, devido à falta de produtos nos terminais.

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Os protestos se espalharam nesta terça-feira para cerca de 70 pontos em estradas federais de seis Estados (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Minas Gerais), segundo o último boletim Polícia Rodoviária Federal. Mas há protestos também em rodovias estaduais, como no caso da Anchieta, que liga a Baixada Santista à região metropolitana de São Paulo.

Diante dos transtornos causados pelas paralisações, a Advocacia-Geral da União (AGU) entrou em ação pedindo o desbloqueio das rodovias federais – decisão que foi deferida pela Justiça Federal nesta terça.

Uma das principais reivindicações dos caminhoneiros é a redução do preço do diesel, que sofreu elevação no fim do ano passado, após a Petrobras sofrer anos com a defasagem entre os preços internos e externos dos combustíveis.

Colheita – A colheita de soja em diversas fazendas do norte de Mato Grosso, maior produtor de grãos do Brasil, foi paralisada nesta terça-feira, em um momento que seria de trabalhos intensos, devido à falta de diesel para abastecer o maquinário, em uma das consequências mais visíveis dos bloqueios nas estradas do Estado.

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Há risco de perdas de parte da safra em função da paralisação dos trabalhos no campo, já que as chuvas previstas para o fim da semana poderão estragar os grãos maduros que restarem nas lavouras.

Os protestos de caminhoneiros afetam também o fluxo de soja em um momento em que o mercado internacional aguarda a oferta brasileira. A situação é preocupante também porque, antes do início dos protestos, a colheita já estava atrasada. “Podemos perder parte da colheita. Sem diesel não se faz nada em propriedade nenhuma”, disse nesta terça-feira o presidente do Sindicato Rural de Sinop (MT), Antônio Galvan, que já recebeu relatos de paralisação em diversas lavouras na região. A região do médio-norte concentra cerca de um terço da produção de soja de Mato Grosso.

A BR-163, um dos alvos dos protestos, responde por 70% do escoamento da produção agrícola de Mato Grosso. A rodovia também é a única rota de abastecimento de diesel e outros insumos para os municípios da região.

O trânsito de veículos de carga está totalmente interrompido desde o final de semana em diversos pontos da estrada por empresários do setor de transporte e caminhoneiros que reclamam também do baixo preço recebido pelo frete.

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Outro setor bastante prejudicado é a avicultura, na qual o Brasil tem destaque internacional, liderando as exportações de carne de frango.

Duas fábricas da empresa de alimentos BRF, maior produtora de carne de aves do Brasil, interromperam o processamento por falta de matéria-prima, devido aos protestos de caminhoneiros que atingem o Estado, informou a empresa na segunda-feira. As unidades em Francisco Beltrão e Dois Vizinhos continuavam paradas.

(Com Reuters)

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