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Nova greve paralisa toda atividade econômica da Grécia

População protesta contra medidas de austeridade do governo, que incluem demissão de servidores públicos. Escolas, transportes e hospitais são afetados

Por Da Redação
5 out 2011, 08h04

A Grécia é palco, nesta quarta-feira, de uma nova greve geral promovida em protesto contra as medidas de austeridade do governo. A paralisação será mantida pelas próximas 24 horas e afeta todos os serviços público: escolas, museus e bancos estão fechados, portanto. A greve afeta também os sistemas de transportes – inclusive com o cancelamento de voos – e o atendimento nos hospitais, além das atividades em empresas particulares.

Um protesto na capital Atenas está marcado para esta tarde. Os funcionários públicos se manifestam contra o projeto de colocar 30.000 servidores em “paralisação técnica”, uma medida que lhes reduziria 40% do salário até o fim do ano. Acredita-se que a medida culminaria com a demissão dos funcionários afetados após um período de 12 meses.

A medida foi negociada pelo governo grego com o trio de credores: União Europeia, Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Central Europeu. A ideia do governo é reduzir o quadro do funcionalismo público de 750.000 pessoas a 150.000 até 2015.

O objetivo da medida é reduzir drasticamente os gastos públicos do país – uma das exigências da UE e do FMI para liberar à Grécia um novo pacote de ajuda, no valor de 8 bilhões de euros. O governo grego já informou que não conseguirá cumprir as metas de redução de déficit estabelecidas para 2011 e 2012. Em consequência, os ministros da Economia da zona do euro decidiram adiar a decisão sobre a implementação de um segundo pacote de auxílio ao país.

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As medidas de austeridade impostas como condição para os empréstimos têm sufocado o que resta da produtividade grega. O país é quase como uma China às avessas. Com base nos últimos dados do serviço de estatísticas do país, a economia encolheu 7,3% no segundo trimestre, após uma queda 8,1% nos primeiros três meses do ano. A expectativa é que o país registre uma recessão de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. Com tantas dificuldades, o governo precisará pavimentar o caminho para receber outras parcelas dos empréstimos, o que implica aprovar novas leis controversas e por em prática medidas já aprovadas – uma mistura econômica e socialmente explosiva.

Paralisação – As confederações de trabalhadores (GSEE) e de funcionários públicos (Adedy), que representam metade da população ativa do país (5 milhões de pessoas), convocaram a quinta greve conjunta de 24 horas até aqui no ano para protestar contra as medidas.

Os controladores aéreos de todo o país estão em greve e, desde a meia-noite, nenhum avião aterrissou ou decolou, segundo informou à agência EFE um porta-voz do aeroporto internacional de Atenas. Também participam da greve advogados, farmacêuticos e funcionários das prefeituras. Os cerca de 1.500 guardas externos das prisões, que transferem os prisioneiros, protestavam durante a manhã nos arredores das penitenciárias pelo corte de seus vencimentos, que alcança 50% em alguns casos, e a falta de pessoal.

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Enquanto isso, os médicos dos hospitais públicos só atendem casos de emergência. O transporte público ficou paralisado por três horas no início da jornada desta quarta-feira, mas começou a funcionar a partir das 9 horas locais (3 horas de Brasília) para levar as pessoas às manifestações. Os funcionários do Ministério de Cultura também aderiram à greve, o que significou o fechamento de todos os monumentos, incluindo museus e a Acrópole de Atenas.

Resgate – Também nesta quarta, o diretor do FMI para a Europa, Antonio Borges, afirmou que acredita na liberação do novo pacote de ajuda à Grécia. “Seria necessário um novo plano que se concentre mais em uma dívida sustentável e em uma reativação do crescimento econômico”, afirmou em uma entrevista coletiva em Bruxelas.

(com agências EFE e France-Presse)

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