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Graça: reajuste da gasolina impactou ganho da Petrobras

Empresa ainda avalia quando vai aplicar a nova metodologia de ajuste de preços, o que deve acontecer ainda este ano. Provisões para o plano de demissões voluntárias também impactaram resultados da estatal

Por Da Redação
12 Maio 2014, 12h53

(Atualizado em 16h30)

A presidente da Petrobras, Graça Foster, afirmou nesta segunda-feira que o resultado da companhia foi impactado pelo provisionamento do Plano de Incentivo à Demissão Voluntária (PIDV). A estatal teve uma queda de 30% em seu lucro líquido no primeiro trimestre em relação ao mesmo período de 2013, para 5,393 bilhões de reais. O resultado só não foi pior, segundo a empresa, porque em novembro foram feitos reajustes do diesel e da gasolina, que foram mais sentidos neste início do ano. “Tivemos também a menor participação do diesel importado nas vendas, e ausência de impairment (reconhecimento de reduções dos valores de ativos no balanço contábil) que tivemos no primeiro trimestre de 2013”, informou Graça Foster.

A presidente disse ainda que a Petrobras avalia quando vai aplicar a nova metodologia de reajuste de preços de combustíveis, mas reforçou que quer reajustar os preços ainda neste ano. Segundo a executiva, todos os meses a direção apresenta ao Conselho de Administração dados de produção, capex (investimentos), a evolução de preços e a “não paridade de diesel e gasolina” na comparação com os valores do mercado internacional. O controle de preços imposto pelo governo, sócio majoritário, para combater a inflação, é um dos fatores que tem impactado o resultado da estatal.

Segundo Graça Foster, o câmbio ajudou a Petrobras a reduzir a disparidade na comparação com os valores externos. “Isso nos trouxe mais perto da convergência, diminuiu a distância. Enquanto perdura a não paridade plena, temos que estar considerando a correção de preços”, acrescentou ela, destacando que as discussões deverão levar as finanças da companhia a uma situação melhor no ano que vem.

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Demissões – Segundo a presidente da estatal, apenas o provisionamento para o PIDV representou 2,4 bilhões de reais no balanço, o maior impacto negativo. “Se excluirmos o provisionamento de 2,4 bilhões de reais em relação ao PIDV, o lucro operacional deste primeiro trimestre teria sido praticamente igual ao lucro do primeiro trimestre do último ano”, informou aos investidores em teleconferência de resultados realizada nesta manhã.

De acordo com o balanço, divulgado na última sexta-feira, o lucro operacional no primeiro trimestre ficou em 10 bilhões de reais, ante 10,262 bilhões no primeiro trimestre do ano passado. Já o lucro líquido ficou em 5,393 bilhões de reais entre janeiro e março deste ano, ante 7,693 bilhões em 2013.

Na semana passada, a Petrobras informou que o número de inscritos no programa de demissão voluntária atingiu 8.298 trabalhadores, o equivalente a 12,4% do efetivo total da empresa. A previsão é de que 55% dos desligamentos ocorram ainda em 2014. “A redução de custo de 2014 a 2018 será de 13 bilhões de reais. Ele é relevante para a performance da companhia. Temos como premissa de reposição 60% dos desligamentos, e a prioridade é (para reposição) de áreas operacionais”, afirmou a presidente nesta segunda-feira.

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Graça ainda destacou que a Petrobras já interligou neste ano 20 poços dos 65 previstos para 2014. A companhia prevê elevar a sua produção de petróleo em 7,5%. Graça admitiu que as embarcações (tipo PSLVs) usadas para fazer a interligação de plataformas de petróleo trabalharam com limitações, o que tem prejudicou o planejamento da ação. Mas, a presidente destacou que isso já está superado e a expectativa é receber mais oito PSLVs em 2014.

A presidente citou a parada da plataforma P-20 e lembrou que, à exceção da P-55, que teve atraso de um ano, as demais plataformas tiveram atraso médio de cinco meses, o que “é ruim” mas não foge das métricas internacionais.

No primeiro trimestre a produção da empresa foi de 1,922 milhão de barris por dia, em linha com o planejado, segundo a executiva. Já a produção operada pela Petrobras no trimestre foi 2,014 milhões barris dia de petróleo.

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Dívida – A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, disse também que a estatal continua tendo “amplo acesso” a fontes de financiamento. A declaração foi dada antes de a executiva apresentar os números de endividamento e alavancagem da Petrobras ao final do primeiro trimestre de 2014.

A alavancagem líquida, medida pela relação entre endividamento líquido e patrimônio líquido, fechou o primeiro trimestre de 2014 em 39%, estável em relação ao final do ano passado, mas novamente acima do patamar de 35% desejado pela estatal. Já a relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado (indicador de geração de caixa) subiu de 3,52 vezes em dezembro passado para 4 vezes em março, também acima das metas estabelecidas pela companhia.

Investimentos – Graça Foster comentou ainda que a previsão de investimentos para 2014 é de 40 bilhões de dólares e os valores para os anos seguintes “poderão ser ajustados”.

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Ela praticamente descartou a possibilidade de a companhia reduzir investimentos no período 2014-2015. “A probabilidade é mínima. São investimentos já comprometidos”, disse. O ano de 2015, lembrou, será importante para a licitação de plataformas que deverão começar a produzir três a quatro anos à frente. Os investimentos em exploração e produção serão prioridade nesses dois anos. Para 2015, porém, ela admitiu que o capex pode ser revisto.

Os investimentos da Petrobras somaram 20,584 bilhões de reais entre janeiro e março deste ano, 4,1% superior ao registrado no mesmo período de 2013. A maior parte dos investimentos foi direcionada à área de Exploração e Produção (E&P), com o equivalente a 13,243 bilhões de reais (64% do total). As áreas de Abastecimento e Gás e Energia tiveram 4,985 bilhões (24% do total) e 1,147 bilhão (6% do total).

Graça Foster terminou a conferência pedindo aos investidores que acreditem na empresa, que tem apresentados recordes nas áreas operacionais. “Temos uma companhia melhor”, afirmou a executiva. “As condições do ponto de vista econômico são muito boas e as áreas vêm superando os desafios operacionais. Temos sido persistentes em trabalho de redução de custos e excelência de gestão. Acreditem na companhia, temos uma companhia melhor”, concluiu.

(com Estadão Conteúdo e agência Reuters)

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