Governo estuda desonerar PIS/Cofins do etanol, diz secretário
Em evento no Rio de Janeiro, secretário de Minas e Energia disse que há estudos sobre maneiras de dar mais fôlego à indústria
O governo federal estuda desonerar Pis/Cofins incidentes no etanol, afirmou nesta segunda-feira o secretário de Petróleo, Gás e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, Marco Antônio Almeida Martins.
Segundo ele, isso daria algum fôlego para a indústria de etanol, mas não garantiria a competitividade frente à gasolina. “Os produtores preferem que a gasolina aumente de preço do que a desoneração o etanol”, declarou ele, durante a Rio Oil & Gas, realizada no Rio de Janeiro nesta segunda-feira.
Reclamações do setor – O presidente da Bunge Brasil e ex-ministro, Pedro Parente, disse na última sexta-feira que o Brasil está caminhando para perder o programa do etanol em função da redução de competitividade do combustível renovável em relação à gasolina. Parente respondeu à afirmação do ministro Guido Mantega de que deverá manter os preços da gasolina nos atuais patamares.
Parente salientou ainda que o governo está esquecendo da capacidade do setor sucroalcooleiro em gerar empregos, além do fato do etanol ser um combustível renovável.
“O que a gente vê é que o governo tem um diagnóstico que coincide com o nosso e que ele está tentando resolver o problema. O que eu não sei é se senso de urgência é o mesmo: o que o governo vê e o que o setor vê”, disse Parente. O executivo enfatizou que, caso o governo volte a olhar para o etanol, o setor poderá ter 100 bilhões de reais para investir em encomendas para a indústria. Ainda segundo ele, o setor usa 95% de conteúdo nacional.
Nos últimos anos, usinas têm reduzido drasticamente os investimentos em novos projetos e plantio de novos canaviais, alegando que os preços do etanol não são competitivos em relação à gasolina, tornando as margens de lucros das usinas muito apertadas.
(Com Reuters)