Gasto de brasileiros no exterior bate novo recorde no trimestre

Valor desembolsado em viagens internacionais nos três primeiros meses do ano chega a 5,38 bilhões de dólares

Por Da Redação
24 abr 2012, 11h21

Brasileiros com sacolas de compras em Orlando, nos Estados Unidos (Bia Parreiras/VEJA)

Os gastos de brasileiros no exterior bateram novo recorde no trimestre e totalizaram 5,38 bilhões de dólares, segundo dados divulgados nesta terça-feira o Banco Central (BC). Nos três primeiros meses de 2011, o número, que já era recorde, havia alcançado 4,75 bilhões de dólares – alta de 13,2%.

O aumento dos desembolsos em viagens, apesar de ter crescido na comparação trimestral, recuou em março, pelo segundo mês consecutivo. Em janeiro, as despesas haviam somado 1,99 bilhão de dólares, 1,74 bilhão de dólares em fevereiro e, em março, totalizaram 1,62 bilhão de dólares. Em março de 2011, o BC havia registrado um total de 1,64 bilhão de dólares em gastos.

Em contrapartida, os gastos de estrangeiros no Brasil cresceram tanto na comparação trimestral como na mensal, em relação a 2011. No acumulado do trimestre, turistas gastaram 1,92 bilhão de dólares no país, ante 1,748 bilhão de dólares no mesmo período do ano passado. Em março, foram gastos 630 milhões de reais ante 609 milhões de reais totalizados um ano antes.

A desaceleração em março tem efeito sazonal, pois trata-se do mês que sucede férias escolares e Carnaval, em janeiro e fevereiro, respectivamente. Contudo, a alta do dólar verificada no início deste ano – e ocasionada pelas medidas de controle do câmbio do governo – poderá fazer com que haja desaceleração nos gastos com viagem em 2012. Após inúmeras atuações do BC, a moeda americana está cada vez mais próxima do patamar de 1,90 real. Entre fevereiro e abril, o real perdeu 9,5% de seu valor ante o dólar. Entre as moedas dos países do G20, foi a que mais sofreu desvalorização.

Déficit – O Brasil registrou em março déficit em transações correntes de 3,320 bilhões de dólares, número aquém da própria estimativa feira pela autoridade monetária para o período, de 4,5 bilhões de dólares. Economistas previam saldo negativo de 4,2 bilhões de dólares no mês passado.

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No acumulado em 12 meses encerrados em março, o déficit em conta corrente do país ficou em 1,98% do Produto Interno Bruto (PIB), acumulando no ano 12,113 bilhões de dólares.

IED – O BC informou ainda que os Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) no país somaram 5,887 bilhões de dólares em março, somando no ano 14,939 bilhões de dólares, suficientes para cobrir o rombo da conta corrente no mês passado. A autoridade monetária estimava que o IED ficaria em 4 bilhões de dólares no mês passado

O resultado das transações correntes em março veio, entre outros, pela queda nas remessas de lucros e dividendos feitas por multinacionais instaladas no país. Em março, elas somaram 1,965 bilhão de dólares, sendo que um ano antes, foram 3,716 bilhões de dólares.