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Fusão entre Kroton e Anhanguera reduz oferta à classe C

Negócio cria gigante de 12 bilhões de dólares no setor educacional

Por Da Redação
22 abr 2013, 19h46

A associação entre as duas empresas do setor de educação superior, Kroton e a Anhanguera, anunciada nesta segunda-feira, deve criar um gigante de 12 bilhões de dólares que poderá movimentar, de forma relevante, o mercado de ensino. Faltam dados que validem uma análise concorrencial que aponte concentração de mercado. Contudo, analistas acreditam que a fusão deverá resultar em menor concorrência e, consequentemente, menor oferta de cursos superiores para o público dos dois grupos, que é composto por alunos de rendas média e baixa que, no geral, são jovens trabalhadores. “O setor de educação é pulverizado, com mais de 50% do mercado nas mãos de pequenas instituições. Mas como o público de Kroton e Anhanguera é o mesmo, as classes C e D, pode haver aumento da concentração de mercado nesse segmento”, afirma a analista da corretora Coinvalores, Sandra Peres.

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O negócio anunciado nesta segunda é o primeiro de grande porte que será avaliado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) após as mudanças na lei da concorrência. Em nota, o órgão afirmou ao site de VEJA que não comenta sobre operações até que o edital referente ao negócio seja publicado no Diário Oficial da União. Mas, segundo o Cade, a partir do momento em que a operação começar a ser analisada, o órgão terá até 330 para julgá-la. Após a mudança na legislação, duas empresas que possuem intenção de fundir suas operações só podem iniciar a unificação da gestão depois da aprovação do Cade. Antes, a unificação prévia era prática comum. A fusão entre as companhias Sadia e Perdigão, ocorrida em 2009, só foi aprovada pelo órgão em 2011, quando as duas empresas já haviam unificado grande parte de suas operações.

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A união engloba aproximadamente um milhão de alunos, distribuídos em mais de 800 unidades de ensino superior e 810 escolas associadas. A Kroton tem atuação forte no segmento de ensino à distância, enquanto a Anhanguera investe na oferta de cursos presenciais. Segundo o relatório da corretora Planner, a nova companhia que resultar da fusão deverá ter presença em todos os estados brasileiros e terá amplo espaço para sinergias – o que deve resultar no fechamento de algumas unidades educacionais.

Segundo o sócio do escritório Demarest Advogados, Mário Nogueira, as empresas poderão propor “compensações” para respeitar os níveis de concentração. “Como, por exemplo, não aumentar a mensalidade em 5 anos, desativar um curso de uma universidade, entre outros atos”, diz Nogueira.

Estácio fica atrás – Se a operação for aprovada pelo órgão de defesa da concorrência, a empresa Estácio Participações, que concorre com a Kroton e a Anhanguera, deve ficar um passo atrás, na avaliação de Sandra Peres, da Coinvalores. A analista acredita que a estratégia da companhia de fazer aquisições pontuais acabou penalizando o crescimento da rede. “Não me assustaria se, de repente, a Estácio começasse a sair comprando. Ela ficou para trás em faturamento e número de alunos”, afirma. Em 2012, a companhia faturou 1,3 bilhão de reais, enquanto Anhanguera e Kroton tiveram receita líquida de, respectivamente, 1,6 bilhão de reais e 1,7 bilhão de reais.

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