Fitch vê maior risco de calote e rebaixa nota da Venezuela
Classificação de risco de crédito do país passou de 'B' para 'CCC', com a queda dos preços do petróleo e o baixo nível de reservas internacionais
Em meio à queda dos preços do petróleo, a agência de classificação de risco Fitch rebaixou a nota de crédito da dívida de longo prazo da Venezuela de “B” para “CCC”. A decisão se aplica à classificação de risco em moedas estrangeira e local. Conforme a escala da agência, a nota do país caiu do patamar “altamente especulativo” para o de “substancial risco” de inadimplência ou calote. Já a nota da dívida de curto prazo em moeda estrangeira foi reduzida de “B” para “C”.
O petróleo é a principal fonte das receitas do país, respondendo por mais de 90% das receitas externas e por metade do que é arrecadado pelo governo central. Segundo a Fitch, a capacidade da economia venezuelana para responder ao choque externo do petróleo é “limitado” devido a fatores como o nível relativamente baixo de reservas internacionais. Outros motivos como a reduzida flexibilidade externa e a crescente instabilidade macroeconômica doméstica também contribuíram para a decisão.
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“As fontes de acesso a financiamento em moeda estrangeira são limitadas para a Venezuela, com emissões soberanas sem acesso direto aos mercados internacionais de dívida”, diz a Fitch. Para 2015 e 2016, a agência não espera financiamentos multilaterais significativos e diz que a China continuará sendo a principal fonte credora do país.