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Falta de chuvas leva reservatórios de hidrelétricas do Nordeste ao limite

Se tendência de tempo seco para os próximos meses se confirmar, governo pode ter que religar usinas térmicas, o que eleva o custo da energia

Por Da Redação
25 set 2015, 18h40

A situação dos reservatórios das hidrelétricas do Nordeste do Brasil deve se tornar crítica já no próximo mês. O problema se acentua com poucas chuvas no horizonte e uma previsão de elevação no consumo, de acordo com dados de projeções do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e especialistas consultados pela agência Reuters.

As chuvas esperadas na área das hidrelétricas da região em outubro estão em cerca de 42% da média histórica, o que levaria os reservatórios a 9,5% da capacidade ao final do próximo mês. Esse nível é considerado crítico, conforme relatório do ONS divulgado nesta sexta-feira.

Com esse quadro, seria muito difícil para o governo deixar de ligar novamente algumas das termelétricas desligadas recentemente, em meados de agosto, afirmam técnicos do setor. “Você tem uma questão técnica em que, com reservatórios abaixo de 10%, em média, você começa a comprometer a operação, e em muitos casos tem que desligar máquinas (das hidrelétricas) porque compromete a segurança dos equipamentos”, diz Fábio Cuberos, diretor da comercializadora e gestora de energia Safira.

“Vai se trabalhar em um limite muito precário. Isso torna o período do início chuvoso muito crítico, traz um nervosismo muito grande sobre como vai ser essa época de chuvas”, afirma o consultor da FGV Energia, Paulo Cunha.

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A temporada de chuvas do Brasil começa em novembro, mas há uma perspectiva negativa para o Nordeste em função do fenômeno climático El Niño, que tem sido intenso neste ano e pode resultar em menos chuvas na região, com consequente complicação da questão energética. “O El Niño potencializa a situação de chuvas ruins no Nordeste, inclusive no próximo período úmido. Se isso acontecer, a situação tende a se agravar, com os reservatórios esvaziando mais”, disse Cuberos, da Safira Energia.

Térmicas – É possível que seja necessário recorrer a mais energia térmica e utilizar ao máximo a capacidade de transferência de energia entre as diferentes regiões do país, disseram os especialistas. “Se continuar nessa tendência, as térmicas do Nordeste voltarão a ser ligadas. Ou, se não forem, poderia haver até um risco de corte de carga, e imagino que isso não seja desejado”, diz o gerente de negócios e comercialização da Iguaçu Energia, Laudenir Pegorini.

Das 21 as termelétricas desligadas em agosto, que eram as usinas com maior custo de operação do país, nove localizam-se no Nordeste e poderiam ser chamadas a socorrer a região. “Acredito que a postura do operador (do sistema) deve ser tentar levar o máximo de energia das outras regiões para o Nordeste, até o limite da capacidade das linhas de transmissão. Caso não seja suficiente, aí sim iria despachar as térmicas”, apontou Pegorini.

Para Paulo Cunha, da FGV Energia, caso a operação chegue a esse limite, há risco de uma maior instabilidade no sistema elétrico da região. “Não creio que vá haver desabastecimento (…) Acho que aumenta o risco operacional. Algumas ocorrências que poderiam ser contornadas podem acabar atingindo uma proporção maior por conta da situação de estresse das linhas”, explica.

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As projeções do ONS também apontam que, diferentemente das regiões Sudeste e Sul, o Nordeste – onde o aumento de tarifas foi menor que no resto do país – deve continuar com a carga em crescimento, a despeito da crise econômica, com previsão de alta de 1% em outubro em comparação com o mesmo mês de 2014. Procurado, o ONS não tinha porta-voz para comentar o assunto.

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