Eurozona estende prazo à Grécia, mas não libera ajuda
Atenas ganhou mais dois anos para reduzir a dívida, mas o desembolso do empréstimo de 31,5 bi de euros foi adiado pelo menos até a próxima semana
Os ministros das Finanças da zona do euro concordaram na segunda-feira em conceder um prazo adicional de dois anos para a Grécia alcançar as metas estabelecidas para a redução da dívida. Agora, Atenas tem até 2016 para promover os ajustes requisitados pelo grupo.
Por outro lado, os ministros adiaram o desembolso da nova parcela de ajuda emergencial ao país, no valor de 31,5 bilhões de euros de empréstimos. Apesar de elogiar as últimas medidas aprovadas pelo Parlamento grego para voltar aos trilhos da consolidação fiscal, como um novo pacote de medidas de austeridade e o orçamento para 2013, os ministros ressaltaram que algumas “ações remanescentes” ainda precisam ser adotadas para a liberação da ajuda. Os empréstimos estão congelados após o país ter deixado de cumprir metas para a consolidação fiscal. Além disso, ainda há muitas dúvidas entre os credores sobre a sustentabilidade da dívida grega na próxima década.
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Nos próximos dias, a proposta da nova parcela de empréstimo à Grécia deverá ser votada em alguns parlamentos europeus – inclusive o da Alemanha. Em seguida, acontece no dia 20 de novembro uma nova reunião do Eurogrupo, quando se espera que os 31,5 bilhões de euros sejam desembolsados. Além disso, o encontro agendado para a semana que vem vai discutir a revisão do ajuste grego, as necessidades de financiamento e a sustentabilidade da dívida.
Sem o acordo, a Grécia vai precisar desembolsar 5 bilhões para liquidar dívidas que atingem o prazo limite na sexta-feira. Para isso, o país deve fazer uma oferta urgente para arrecadar fundos dos mercados financeiros.
Desencontros – Vários pontos de divergência entre o FMI e os ministros da zona do euro ficaram claros durante a reunião de segunda. Enquanto o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, defendeu prolongar de 2020 a 2022 o prazo para que a dívida grega alcance 120% do PIB – o nível considerado sustentável pelos sócios internacionais -, a diretora gerente do FMI, Christine Lagarde, insistiu que a data limite deve ser 2020.
Também não está claro como seria financiado o buraco fiscal da Grécia se o prazo for estendido de 2014 a 2016 para a obtenção de um superávit primário de 4,5%.
Entre outras hipóteses, está sendo estudada uma nova redução dos juros que a eurozona cobra à Grécia por empréstimos bilaterais ou até uma recompra de dívida por parte de Atenas, algo considerado complicado. Também se contempla uma extensão dos vencimentos e a renúncia do BCE ao lucro obtido com os 55 bilhões de euros referentes a bônus gregos que acumula, estimado em até 15 bilhões. O BCE então repassaria esse valor os bancos centrais nacionais, e depois os governos o transfeririam a Atenas.
(Com agência EFE)