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Europa mobiliza-se para ajudar bancos

Líderes europeus correm para fechar um plano de recapitalização das instituições ante o risco de contaminação da crise da dívida em seus balanços

Por Da Redação
5 out 2011, 12h14

A Europa tentava acelerar nesta quarta-feira o passo para apagar o fogo no setor bancário, enquanto, na Grécia, os trabalhadores do setor público estavam em greve contra as medidas de austeridade para reduzir o déficit público.

A perspectiva de uma participação maior que o previsto dos bancos no plano de ajuda à economia grega fragiliza o conjunto do setor bancário europeu. Além do mais, o desmoronamento do banco franco-belga Dexia – primeira vítima da crise da dívida na Europa – acelerou os planos de Bruxelas para recapitalizar os bancos, muito expostos à dívida do país. Diante disso, os líderes da União Monetária preparam um plano coordenado para recapitalizar as entidades bancárias.

Alemanha – A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou nesta quarta-feira em Bruxelas que seu país é partidário da recapitalização dos bancos se for alcançada uma posição europeia comum e fundamentada sobre essa necessidade. “A Alemanha está preparada para fazer uma recapitalização, se assim o cenário exigir”, declarou em entrevista após a reunião com o presidente da Comissão Europeia (CE), José Manuel Durão Barroso. Horas antes, o vice-porta-voz do Executivo germânico, Georg Streiter, havia declarado em Berlim que a chanceler alemã defendia a ideia de colocar mais dinheiro à disposição dos bancos europeus para evitar uma nova crise bancária. “O tempo pressiona e devemos tomar uma decisão rapidamente” com base em critérios fundamentados e elaborados pelos analistas, disse Merkel.

Estas notícias injetaram otimismo nas Bolsas europeias. Os europeus tomaram consciência da urgência da situação e estão dispostos a se preparar para a batalha. A possibilidade de cisão do banco Dexia fez com que as autoridades acelerassem o plano para recapitalizar os bancos”, afirmaram em nota analistas do Crédit Mutuel-CIC.

Itália – A Moody’s rebaixou, na terça-feira à noite, a nota da dívida soberana italiana de ‘Aa2’ para ‘A2’, com perspectiva negativa. A Standard and Poor’s já havia feito a redução em 19 de setembro. A agência de classificação ressaltou os riscos que pesam sobre o financiamento da colossal dívida da península, que representa 120% do Produto Interno Bruto (PIB), e as “incertezas políticas”. A Itália adotou em 14 de setembro um plano de austeridade para que o país possa alcançar o equilíbrio orçamentário em 2013, mas o mercado continua temeroso em relação à situação do país.

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Ao mesmo tempo, o Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou nesta quarta-feira, através de um relatório sobre a economia europeia apresentado em Bruxelas, que “não é possível descartar” uma recessão global em 2012 e, por isso, o Fundo recomenda uma mudança na política econômica europeia, que deixe de lado as medidas de austeridade e siga o exemplo das políticas de estímulo dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha.

O ministro grego da Economia, Michalis Chryssohoidis, disse durante uma entrevista que anunciará na quinta-feira na Alemanha que a situação de seu país é “bastante desesperadora”. “A quebra de um país da zona do euro seria uma catástrofe porque teria um efeito dominó”, advertiu.

O diretor para Europa do Fundo, Antonio Borges, também ressaltou que o segundo plano de ajuda à Grécia, decidido em 21 de julho pela União Europeia, deveria ser revisado devido ao agravamento da crise da dívida desde então.

Greve – Na Grécia, o plano de austeridade adotado sob a pressão dos credores continua provocando a ira e os protestos da população. Na quarta-feira, as escolas e museus estavam fechados, muitos voos foram cancelados e os hospitais funcionam com sua capacidade reduzida devido à greve no setor público. Os trabalhadores desse setor denunciam principalmente o projeto de enviar à demissão técnica a 30.000 funcionários com 60% do salário para o final do ano, antes do provável demissão definitiva em um ano.

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O governo grego obteve dos credores do país, que formam a “troika” (União Europeia, Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu), que se aplique esta medida priorizando os trabalhadores mais próximos da aposentadoria. Atenas prevê que o setor público do país, que conta com 750.000 funcionários, caia para 150.000 pessoas até 2015.

As medidas de austeridade, que contam também com aumentos ou criação de impostos novos, redução das pensões e um conjunto de reformas estruturais destinadas a liberalizar a economia do país, devem durar ao menos até 2015. Uma manifestação está prevista para hoje em Atenas antes da greve geral prevista para 19 de outubro.

(com Agence France-Presse e Agência EFE)

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