Espanha tem novo dia de protestos contra cortes
Milhares de pessoas voltam às ruas das cidades espanholas para pedir menos austeridade fiscal, em meio à incerteza sobre se o país será alvo de um resgate
Milhares de pessoas saíram às ruas de 57 cidades espanholas neste domingo para novamente protestar contra as políticas de austeridade do governo, em meio às incertezas sobre a necessidade de o país ser alvo de um resgate financeiro. A manifestação foi convocada pela Cúpula Social, que é integrada pelas principais centrais sindicais da Espanha e por cerca de outras 150 organizações.
“Chega de desemprego, chega de cortes…eles vão arruinar o país, precisamos interromper isso”, dizia uma grande faixa carregada pelas ruas de Madri. Outras pessoas levavam placas onde estavam desenhadas tesouras e a palavra “não”, em uma referência aos cortes orçamentários. O país registra hoje uma taxa de desemprego de 24,63%.
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Os protestos foram convocados pelas maiores centrais sindicais do país, a UGT e a CCOO, que também marcaram uma greve geral para 14 de novembro – o mesmo dia em que sindicatos portugueses convocaram uma paralisação contra austeridade.
O primeiro-ministro Mariano Rajoy está sob pressão de seus parceiros da União Europeia (UE) para cortar o déficit espanhol para 6,3% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, para 4,5% no ano que vem e para 2,8% do PIB em 2014. Os cortes nesses três anos totalizam 150 bilhões de euros.
As mais recentes medidas de austeridade incluem um aumento no imposto sobre o valor agregado, que passou a vigorar em 1º de setembro. Porém, na medida em que aumenta a pressão por um resgate financeiro, o banco central da Espanha advertiu que o país não deve atingir sua meta de déficit público para 2012 e que deve passar por uma recessão maior que a esperada no ano que vem.
O país não cumpriu sua meta de déficit em 2011, que ficou em 9,4% do PIB em vez dos prometidos 6,0%.
(com Agência Estado)