Espanha: pacote de resgate dispensa novos cortes, diz ministro
Segundo o ministro de Finanças, Luis de Guindos, ainda que não haja novos cortes, outras reformas deverão acontecer na economia espanhola
O ministro de Finanças da Espanha, Luis de Guindos, disse neste sábado que o país não será questionado a realizar mais cortes no orçamento se pedir o pacote de resgate à União Europeia (UE), como é amplamente esperado. Após o encontro dos ministros de finanças dos países da UE no Chipre, Guindos disse que a UE considera os atuais esforços da Espanha para reduzir o déficit “significativos e ambiciosos o suficiente”.
A Espanha tem como meta reduzir o déficit de quase 9% do Produto Interno Bruto (PIB) no passado para 6,3% em 2012, 4,5% em 2013 e 2,8% em 2014. O ministro admitiu, contudo, que mais reformas econômicas podem ser necessárias. Na sexta-feira, Guindos disse que o governo aprovará um novo pacote de reformas em 27 de setembro, uma medida que já pode estar vinculada como garantia das condições para a Espanha pedir um novo pacote de ajuda. O ministro não quis detalhar as reformas, mas afirmou que elas refletirão recomendações políticas feitas pela UE.
A especulação de que a Espanha poderá pedir um pacote de socorro tem crescido, desde que o Banco Central Europeu (BCE) informou no começo deste mês que colocará seu vasto poder de fogo em apoio a futuros pacotes na região.
Guindos também disse que uma auditoria final que está sendo feita nos bancos espanhóis deverá mostrar que as instituições precisam de 62 bilhões de euros em capital, um montante correspondente à soma detectada por uma auditoria preliminar. Isso ficaria abaixo da linha de crédito de 100 bilhões de euros que a UE montou para os cambaleantes bancos espanhóis em junho. O ministro disse, porém, que os bancos serão capazes de levantar parte desse capital por si próprios e então tendem a usar ainda menos dinheiro da linha de crédito da UE.
Também durante o encontro dos ministros europeus em Chipre, autoridades europeias afirmaram que os bancos espanhóis deverão precisar de menos que os 100 bilhões de euros de crédito que foram prometidos pela zona do euro para resgatar as instituições.
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(Com Agência Estado)