Embraer enfrenta adiamento de pedidos na Europa
Fabricante brasileira de aeronaves admite postergação de pedidos, mas nega cancelamentos; Embraer deposita esperanças em retomada nos EUA
A fabricante brasileira de aeronaves regionais Embraer é vítima do adiamento de pedidos por alguns clientes na Europa, mas ainda não foi atingida por cancelamentos, disse nesta terça-feira o chefe da divisão comercial da empresa, Paulo César de Souza e Silva.
Por outro lado, a companhia espera que a demanda seja retomada nos Estados Unidos, prevendo que companhias aéreas decidirão, numa manobra há muito aguardada, renovar frotas antigas. “Temos um número relativamente pequeno de aviões a serem produzidos para o mercado europeu neste ano. Não estamos enfrentando cancelamentos, mas enfrentamos alguns atrasos no ano”, disse o executivo.
Silva admite o mercado mudou. “Não estamos vendo o mesmo mercado que víamos no ano passado. Os mercados em geral estão mais fracos, especialmente aqui na Europa, com a crise. Isso não vale apenas para a aviação; vale para muitas outras áreas”, disse numa coletiva de imprensa em Paris.
No primeiro trimestre, a carteira de pedidos de aeronaves encolheu. A empresa registrou pedidos de jatos com cerca de metade da frequência com que realizou entregas. Contudo, a Embraer espera compensar isso com campanhas de vendas nos Estados Unidos. “O mercado de aeronaves dos Estados Unidos estava em crise nos últimos anos desde o 11 de setembro. E após a fusão de linhas aéreas do país, é um mercado mais sustentável… Acreditamos que venderemos mais na América do Norte e provavelmente menos em outros mercados”, acrescentou.
A América do Norte equivale a 35% do mercado da Embraer por número de clientes, enquanto a Europa equivale a 27%.
(com Reuters)