Eike assiste à implosão de seu império, afirma ‘FT’
Jornal britânico diz ainda que a OGX está à beira da falência e relembra ascensão e queda do empresário
O jornal britânico Financial Times dedica uma página inteira da edição desta quarta-feira a analisar a ascensão e a queda do empresário brasileiro Eike Batista. Com o título Reverso da fortuna, a reportagem diz que Eike “já foi o mais rico do Brasil, mas agora assiste à implosão de seu império de empresas de petróleo, mineração e logística”. De acordo com o jornal britânico, ele “encarnou melhor do que ninguém a euforia com o Brasil e outras nações emergentes durante a primeira década do século XXI”.
Com chamada na primeira página do jornal, a reportagem diz que “a empresa de petróleo carro-chefe (OGX) está à beira da falência depois de declarar o fracasso em poços de produção que podem ser desativados”. “Isso coloca o magnata à beira da ruína. Sua fortuna, estimada no ano passado em mais de 30 bilhões de dólares, foi reduzida a 200 milhões de dólares”, diz o Financial Times.
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A reportagem classifica a recente evolução dos negócios como uma “morte” para o empresário. “Sua morte também é um sinal mais amplo dos tempos mais difíceis à frente para empresários brasileiros, agora que a onda das commodities está diminuindo”, diz o texto. “A era da liquidez fácil acabou e as empresas brasileiras terão de lutar contra os concorrentes de outros mercados emergentes pelo capital cada vez mais escasso”, afirma a reportagem.
O FT diz que a queda do empresário “que já foi garimpeiro e campeão de esportes náuticos e se casou com uma capa da Playboy é, certamente, um teste para o exército de parceiros e investidores estrangeiros”. “Eles vão desde a General Electric até o fundo de pensão das professoras de Ontário. Seus credores incluem a gestora de fundos Pimco e uma gama de bancos brasileiros”, diz o texto.
Em reportagem no fim de semana, o próprio FT diz que um grupo de investidores da OGX se prepara para iniciar uma ação judicial contra Eike Batista, a quem acusam de vender ações com base em informações privilegiadas pouco antes do colapso da empresa de petróleo OGX. O grupo também prepara ações judiciais contra ex-conselheiros da OGX, entre eles os ex-ministros Pedro Malan (Fazenda), Rodolpho Tourinho Neto (Energia) e Ellen Gracie (ex-ministra do Supremo Tribunal Federal).
(com Estadão Conteúdo)