Economistas projetam PIB ainda menor e aumento da inflação

Analistas ouvidos pelo Banco Central para o relatório Focus dessa semana estão avaliando sinais de mais desaquecimento na economia

Por Da Redação
20 ago 2012, 09h28

Linha de produção dos tratores da Massey Ferguson: indústria tem estimativa rebaixada novamente (Jefferson Bernardes/VEJA)

Selic, taxa de juros referencial brasileira, ainda é esperada para terminar o ano em 7,25% e subir para 8,38% no ano que vem

Economistas ouvidos pelo Banco Central (BC) para o relatório Focus desta semana rebaixaram sua previsão para o crescimento da economia brasileira este ano para 1,75% (ante 1,81% há uma semana atrás) e, ao mesmo tempo, aumentaram a projeção para a inflação oficial.

A estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2012 passou de 1,81% na semana passada para 1,75% agora – terceira revisão para baixo, o que reforça a tese do governo de que é preciso fazer alguns movimentos para driblar o mau tempo. Para 2013 é esperado PIB de 4%, mesma previsão da semana anterior.

Na semana passada, a presidente Dilma Rousseff anunciou o primeiro dos pacotes de melhorias do custo Brasil e estímulo à economia, o PAC das Concessões. O programa contempla investimentos da ordem de 133 bilhões de reais em 25 anos, sendo 79,5 bilhões de reais apenas nos primeiros cinco anos. Entre o quinto e o vigésimo ano serão realizadas inversões no valor restante de 53,5 bilhões de reais.

Outros pacotes ainda estão por vir, que engloba desoneração de mais setores da economia e redução de encargos para o setor elétrico.

Continua após a publicidade

Inflação – A média das expectativas para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 5,15% nesta semana contra 5,11% há sete dias e 4,92% há um mês. Esta é a sexta vez consecutiva que os analistas ouvidos pelo BC aumentam suas projeções. Para próximo ano a expectativa para o IPCA continua na casa de 5,5%. A meta da inflação oficial é de 4,5% ao ano.

Com um olho no PIB e outro no mensalão, Dilma prepara mês dos pacotes

Continua após a publicidade

Dilma decide renovar concessões do setor elétrico

A Selic, taxa de juros referencial brasileira, ainda é esperada para terminar o ano em 7,25% e subir para 8,38% no ano que vem. Há uma semana, a previsão para a Selic em 2013 era de 8,5%.

No dia 15 de agosto, o diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Araújo, disse que a autoridade monetária trabalha com a perspectiva de convergência da inflação para a meta. “Os acadêmicos focam mais no longo prazo e nós focamos no curto prazo”, disse o diretor, acrescentando que para o curto prazo o BC vê a inflação convergindo para a meta.

Indústria e câmbio – A produção industrial é uma das mais cotadas a ser o peso negativo no PIB brasileiro este ano. Os economistas ouvidos pelo BC projetaram pela 12ª semana consecutiva mais baixas para a indústria, que sofre com a crise internacional e a queda da demanda externa. Agora, a expectativa é queda de 1,20% na produção industrial neste ano contra ano passado. Na semana passada a previsão era de -1% e, há um mês, de -0,04%.

Continua após a publicidade

A projeção para o câmbio, porém, permanece em 2 reais para este ano e 2013.