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Dólar sobe 5,3% na semana e fecha cotado a R$ 2,39

Autoridade monetária concluiu dois leilões, mas não conseguiu evitar a disparada da moeda americana

Por Da Redação
16 ago 2013, 15h42

O dólar encerrou o pregão desta sexta-feira cotado a 2,396 reais, pela primeira vez desde 3 de março de 2009. A moeda norte-americana disparava à medida que os investidores aproveitavam a alta global da moeda dos Estados Unidos para pressionar o Banco Central a atuar com mais intensidade nos mercados. No acumulado da semana, a valorização foi de 5,3% – a maior alta semanal desde novembro de 2011.

A divisa norte-americana vem registrando forte escalada ante o real devido ao pessimismo dos investidores com os fundamentos da economia brasileira, aliado à expectativa de que os Estados Unidos comecem em breve a cortar seu programa de estímulo monetário, reduzindo o apetite do mercado por ativos de risco. “As empresas não têm interesse em swap com dólar neste nível, então quem está comprando os contratos são os especuladores. Além disso, o mercado à vista está sem liquidez. A pressão vem daí”, afirmou o diretor-executivo da NGO Corretora, Sidnei Nehme. “O BC precisa mudar de estratégia”.

Os leilões de dólar feitos pelo BC vinham atendendo à demanda de empresas que buscavam proteger seus ativos em dólar do esperado fortalecimento da divisa norte-americana. Para Nehme, no entanto, essa operação deixou de ser interessante num momento em que o dólar renova constantemente máximas em anos. “Quem já fez (hedge), fez. Quem não fez, prefere ficar nessa taxa”.

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O BC atuou em dois momentos nesta sessão. O primeiro, logo no início do pregão, fazendo leilão de rolagem de contratos de swap cambial tradicional – equivalente à venda futura de contratos de dólar – que vencem em setembro deste ano. Nessa primeira intervenção, foi vendido o lote integral de 20 mil contratos com vencimento em 1º de abril do ano que vem. O volume financeiro foi equivalente a 989 milhões de dólares.

No segundo leilão, no entanto, o BC vendeu 21,6 mil contratos para 1 de novembro de 2013 e 1 de abril de 2014, pouco mais da metade da oferta total de 40 mil contratos. O volume financeiro foi equivalente a 1,076 bilhão de dólares.

Estratégia – Analistas do mercado têm destacado que a autoridade monetária não conseguirá reverter a tendência de alta sem atuar no mercado à vista. Na quinta-feira, no entanto, o BC afirmou em comunicado que “continuará com sua política de intervenções pontuais no mercado futuro de câmbio”, declaração que foi interpretada por investidores como um sinal de que, por enquanto, o BC não pretende vender dólares no mercado spot.

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Segundo Nehme, a autoridade monetária pode escolher, ainda, voltar aos mercados por meio de leilões de linha. “Dessa maneira, ele pode convencer os bancos a fornecer essa liquidez que está faltando”, emendou Nehme.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta sexta-feira que o Brasil tem armas para enfrentar a volatilidade cambial e ressaltou que o país ainda não fez uso de suas reservas.

Apesar de as preocupações sobre o rumo da política monetária dos Estados Unidos afetarem todos os mercados emergentes, o real tem se enfraquecido mais do que outras moedas devido à falta de confiança dos investidores no desempenho da economia brasileira.

Para o banco Barclays, o dólar terá elevação gradual chegando a 2,45 reais nos próximos 12 meses. Já o banco Brasil Plural prevê que, no curto prazo, o dólar pode bater o patamar de 2,50 reais. “Estamos preocupados que a deterioração dos fundamentos brasileiros (conta fiscal pior, aumento do déficit em conta corrente e falta de planejamento de longo prazo do governo) levará a um corte da nota brasileira de crédito no primeiro trimestre de 2014, o que pressionará mais o real”, disseram os analistas do banco.

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(Com Reuters)

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