Dólar recua 1,8% e volta a R$ 3,95
Mudanças no mercado de capitais chinês e alta do petróleo dominaram as atenções dos investidores nesta segunda
O dólar fechou em queda 1,81% nesta segunda-feira, voltando ao patamar de 3,95 reais, após a China adotar novas medidas para enfrentar a turbulência nos mercados financeiros e em meio à nova alta dos preços do petróleo, que alimentavam a procura por ativos de maior risco. A moeda americana chegou a ser cotada a 3,93 reais, na mínima do dia.
“A semana começa com um tom favorável nos mercados internacionais. Resta saber se vai durar, porque o mercado tem estado muito volátil nas últimas semanas”, disse o superintendente regional de câmbio da corretora SLW, João Paulo de Gracia Correa.
No fim de semana, a China removeu o chefe da agência reguladora de mercados de capitais e indicou em seu lugar um alto executivo do setor bancário. Sinais de que o governo chinês está intensificando seus estímulos também contribuíram para o bom humor.
Outro fator positivo foi a alta dos preços do petróleo. O avanço ocorreu depois de a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) informar que espera que a produção de xisto nos Estados Unidos recue neste ano e no próximo, possivelmente aliviando a sobreoferta global.
No cenário local, investidores continuaram apreensivos com as perspectivas fiscais para o Brasil, após o governo anunciar propostas que abrem espaço para novo déficit primário em 2016. “O mercado continua muito ‘pequeno’ em termos de liquidez e as notícias de hoje fizeram muita gente desarmar posições (que se beneficiam da alta do dólar)”, disse o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado. Ele ressaltou, porém, que o mercado deve continuar sensível e, portanto, bastante volátil.
O diretor de Política Econômica do Banco Central, Altamir Lopes, afirmou nesta tarde que há menor espaço para “movimentos significativos” de depreciação cambial neste ano após a forte alta do dólar o ano passado.
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(Com agência Reuters)