Dólar cai pelo terceiro dia e chega a R$ 2,35
A moeda norte-americana desacelerou frente ao real, ajudada pelo otimismo do mercado com o anúncio da nova meta fiscal e seguindo o movimento de queda nos mercados internacionais
O dólar fechou em queda pela terceira sessão consecutiva, voltando ao patamar de 2,35 reais nesta sexta-feira. Além de a moeda ter acompanhado a depreciação da divisa norte-americana no exterior, o mercado financeiro mostrou ter recebido bem a nova meta fiscal – de 1,9% do PIB -, anunciada nessa quinta-feira.
O dólar recuou 0,81%, a 2,3534 reais na venda, após bater 2,3511 na mínima da sessão. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 1,2 bilhão de dólares. Na semana, a moeda norte-americana acumulou queda de 1,39% ante o real, a maior perda semanal desde o fim do ano passado.
“Muita gente estava comprada em dólar (apostando na alta da moeda), com os fundamentos ruins e o cenário preocupante lá fora. Com o anúncio fiscal e a tranquilidade das últimas semanas, o pessoal desfez essas posições”, disse o operador de um importante banco nacional.
É o sexto pregão consecutivo em que o dólar fecha abaixo de 2,40 reais, em meio ao arrefecimento das preocupações com mercados emergentes que vinham pressionando ativos de países em desenvolvimento nas praças financeiras globais.
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A mais recente fonte de alívio no mercado doméstico foi o anúncio da nova meta de superávit primário para este ano, que foi bem recebida pelo mercado e levou a divisa norte-americana a fechar a véspera no nível mais baixo em um mês. “Era esperado que houvesse uma correção, porque o dólar caiu bastante nas últimas sessões, mas o mercado ainda está sob o efeito do plano fiscal, que ajuda um pouco o real”, afirmou o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo.
De acordo com especialistas, mesmo com as recentes quedas, o dólar tende a voltar a subir no curto prazo, com investidores retomando a atitude de cautela agora que as notícias positivas já foram precificadas. Parte do mercado vê que a divisa deve oscilar entre 2,35 e 2,45 reais, níveis que não são inflacionários e, ao mesmo tempo, não prejudicam as exportações.
A queda do dólar no Brasil também foi influenciado pela depreciação da divisa norte-americana nos mercados globais. O movimento ganhou força após as vendas de moradias usadas nos EUA caíram mais que o esperado em janeiro, alimentando preocupações sobre a recuperação da maior economia do mundo.
Ajudou ainda a constante atuação do Banco Central brasileiro no câmbio.
(com agência Reuters)