Dólar cai 2,12% e fecha a R$ 3,29 com otimismo sobre melhora fiscal
Investidores enxergaram na previsão de rombo para 2017 um sinal de comprometimento do governo com a austeridade
O dólar fechou em queda de 2,12% nesta sexta-feira, a 3,29 reais, com investidores enxergando na meta fiscal para 2017, com previsão de déficit de 139 bilhões de reais, um sinal de comprometimento do governo com a austeridade fiscal. Além disso, o Banco Central não atuou após cinco dias de intervenção no mercado para sustentar as cotações. Na semana, a moeda acumula alta de 1,91%.
O real foi de longe a moeda com maior valorização entre os principais mercados emergentes. O apetite por ativos de risco voltou nesta sessão após o mercado de trabalho dos Estados Unidos recuperar-se com força em junho, mostrando robustez na maior economia do mundo.
O governo definiu na quinta-feira meta de déficit primário de 139 bilhões de reais para o governo central em 2017, abaixo do rombo de 170,5 bilhões de reais previsto para este ano. No entanto, não especificou como vai cumprir o esforço fiscal de 55,4 bilhões de reais necessário para atingir o objetivo. “Temos tudo hoje: fiscal, exterior, BC. Tudo colabora para trazer o dólar de volta a esses 3,30 reais”, resumiu o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira.
Preocupações com a possibilidade de o presidente interino Michel Temer se contentar com uma meta pouco ambiciosa haviam contribuído para elevar a cotação do dólar nas últimas cinco sessões, acumulando avanço de 4,75% no período. A moeda americana foi amparada também pela intervenção do BC, que vendeu em cada um dos dias 10.000 swaps reversos, que equivalem à compra futura de dólares. No pregão desta sexta, no entanto, o BC não anunciou nenhuma intervenção.
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Bolsa – A Bovespa fechou em alta de 2,16%, a 53.140 pontos, o maior nível desde 12 de maio, quando Michel Temer assumiu interinamente a Presidência da República. O volume financeiro nesta sexta-feira somava 5,3 bilhões de reais. No acumulado da semana, o Ibovespa subiu 1,7%.
(Com Reuters)