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Dívida de Grupo Espírito Santo com Portugal Telecom vence hoje e há risco de calote

Caso a companhia portuguesa não consiga pagar os 852 milhões de euros devidos à Portugal Telecom, sócios da Oi podem pedir mudanças no acordo de fusão

Por Da Redação
15 jul 2014, 10h33

Esta terça-feira é um dia decisivo para a resolução (ou não) da crise que se formou em um dos maiores grupos econômicos portugueses – o Grupo Espírito Santo (GES), dono do Banco Espírito Santo (BES). Vencem no dia quase todos os papéis comerciais (títulos de dívida) que a Portugal Telecom (PT) detém. Ou seja, 847 milhões de euros precisam ser pagos até o final do dia por uma empresa que está com claras dificuldades financeiras. O mercado não confia no pagamento do débito, o que daria para a PT duas possibilidades: renegociar o valor devido com o grupo português (rolamento da dívida) ou anunciar as perdas. Uma dos pontos mais importantes do caso é o acordo de fusão da Portugal Telecom com a Oi. Os acionistas da companhia de telecomunicações brasileira já estão preparados para, em caso de calote do GES, pedir para rever os termos do contrato com a PT.

Se conseguir rolar a dívida, a portuguesa ganha tempo para que o GES consiga o dinheiro para pagar e não arcar com o prejuízo. Mas, se tiver que declarar as perdas, é provável que os acionistas da Oi, que já estão em Portugal, peçam uma reunião de emergência para diminuir a fatia da PT na nova empresa que resultará da fusão das telecons, a CorpCo. Se nada for acordado com os acionistas da Oi, é possível que a briga com o sócio português seja levada para a esfera judicial. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é um dos sócios da telecom brasileira.

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O mal-estar entre Portugal Telecom e Oi começou quando a brasileira descobriu que a portuguesa emprestou 897 milhões de euros à holding Rioforte, um veículo da família Espírito Santo, controladora do banco BES, maior acionista individual da companhia europeia. A maior parte do montante, 847 milhões de euros, tem de ser paga na terça-feira.

Na segunda-feira, o ministro das Comunicações do Brasil, Paulo Bernardo, disse que a fusão das duas operadoras, que cria uma companhia com cerca de 100 milhões de clientes, não está em risco. Ele comentou ainda que o governo avalia a situação e tem pedido informações para entender melhor a operação com a Rioforte. “Pedimos para acompanhar e ter informações do que está sendo feito e as consequências. Aparentemente, foi feita uma operação que esvaziou o caixa da Portugal Telecom em quase 1 bilhão de euros”, disse.

Contudo, ele admitiu que os termos da fusão podem ser revistos. “Tem uma operação que vence amanhã. Se o dinheiro voltar, tudo certo, se não voltar, evidente que o BNDES e os acionistas vão querer discutir a operação de fusão e a composição acionária, porque isso com certeza esvaziou um dos sócios de forma expressiva”, disse o ministro a jornalistas.

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Em queda livre – Com todas as especulações e dúvidas, as ações do Banco Espírito Santo, maior banco listado de Portugal, chegaram a cair 20% nesta terça-feira, para uma baixa recorde. O medo do mercado é que a exposição do banco nas empresas em dificuldades da família que o fundou possa prejudicar seu balanço. No decorrer da manhã, os papéis diminuíram as perdas, mas ainda estavam recuando na casa de 10%. Na segunda, a família fundadora do BES vendeu 5% de sua participação na instituição, por 0,34 euro por ação.

As ações do BES têm sido vendidas em massa pelos investidores desde que uma holding da família Espírito Santo encontrou irregularidades financeiras que levantaram expectativa de grandes perdas no maior banco listado do país.

(com agência Reuters)

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