Dívida da Espanha bate recorde de 75,9% do PIB no 2º trimestre
O recorde anterior fora em 1996, quando chegou a 67,4% do PIB. No ano passado, a relação dívida/PIB ficou em 69,2%.
A dívida federal da Espanha atingiu novo recorde de 75,9% do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre, enquanto Madri luta para conter um crescente déficit orçamentário, segundo dados divulgados sexta-feira pelo banco central do país. O recorde anterior fora em 1996, quando chegou a 67,4% do PIB. A mínima, de 36,3% do PIB, foi registrada em 2007. No ano passado, a relação dívida/PIB ficou em 69,2%.
A Espanha tem como meta reduzir seu déficit orçamentário a 6,3% do PIB este ano, apesar da queda na arrecadação de impostos e a alta do desemprego em meio à contração da economia. Em 2011, o déficit espanhol foi de quase 9% do PIB.
Além disso, o governo precisa ajudar as regiões do país, cujas administrações estão à beira de um colapso financeiro, e reformar o sistema bancário, que lida com os efeitos de uma bolha imobiliária. Em junho, a Espanha pediu à zona do euro um pacote de resgate, de até 100 bilhões de euros, para recapitalizar seus bancos problemáticos. Inicialmente a Espanha precisaria de 60 bilhões de euros para este propósito, mas especialistas acreditam que logo ela seja obrigada a solicitar um programa de ajuda integral.
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Contrapartida – Em troca do dinheiro emprestado, a troika – grupo formado por União Europeia (UE), Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI) – pediu à Espanha que adote antes do fim do mês um plano nacional de reformas, que incluirá compromissos claros e um calendário preciso. O ministro de Economia espanhol, Luis de Guindos, afirmou nesta sexta-feira ao Eurogrupo que cumprirá o prazo.
De Guindos disse que o objetivo de déficit para este ano, fixado em 6,3% do PIB, “permanece ao alcance”, segundo o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker. A diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, declarou que a Espanha realizou ‘reformas muito fortes e amplas’, mas que deve continuar com este esforço. Ela negou a existência de “intensas negociações” com o BCE para uma eventual intervenção na Espanha.
Segundo o jornal holandês Het Financieele Dagblad, o BCE e o Fundo Monetário Internacional (FMI) estariam negociando com Madri um plano de resgate de 300 bilhões de euros, que envolveria a compra pelo BCE de dívida emitida pelo governo espanhol para ajudá-lo a reduzir as taxas no mercado.
Quanto ao plano de recapitalização dos bancos, Olli Rehn, vice-presidente econômico da Comissão Europeia, disse que o programa “está totalmente no calendário” previsto, e que espera para o fim de setembro os resultados da análise das necessidades de capital individuais dos bancos.
(Com agências Estado e EFE)