Dilma quer ouvir CEO do Santander sobre ‘análise pessimista’ enviada a clientes
Em sabatina, a presidente disse ser "inadmissível" que uma instituição financeira faça prognósticos econômicos que envolvam o cenário eleitoral
Na sabatina da qual participou nesta segunda-feira, a presidente Dilma Rousseff fez críticas ferozes ao banco Santander, que, em comunicado a clientes, ressoou aquilo que o mercado já vinha afirmando: o cenário econômico deve se deteriorar se a petista for reeleita. Primeiro, Dilma fez um comentário apenas genérico contra as especulações. Depois, criticou “a pessoa” do Santander responsável pelo comentário. Por fim, atacou o próprio banco e disse que vai cobrar satisfações do presidente da instituição, Jesús Zabalza.
Ela citou o caso de 2002, quando o mercado temia as consequências de uma eventual vitória de Luiz Inácio Lula da Silva. “Sempre que especularam, não se deram bem. Ou seja, a conjuntura política passa e aí eles sofrem penalidades, então eu acho muito perigoso especular em situações eleitorais. O Brasil tem uma experiência disso, que aconteceu na eleição de 2002 com o presidente Lula”, declarou.
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Dilma prosseguiu e subiu o tom: “É inadmissível para qualquer país aceitar qualquer nível de interferência de qualquer integrante do sistema financeiro de forma institucional na atividade eleitoral e política. Isso é inadmissível”, disse ela, que incluiu em sua crítica o responsável pelo comunicado do Santander: “A pessoa que escreveu mensagem fez isso, sim”.
Ela também não gostou do pedido de desculpas apresentado pelo banco: “Foi um pedido de desculpas bastante protocolar: ‘Lamento o que aconteceu’. Acho bastante protocolar”. Em seguida, Dilma ultrapassou o sinal de vez: disse que vai cobrar satisfações do chefe da instituição. “Eu conheço bastante bem o CEO do banco. Eu pretendo conversar a respeito”, afirmou. Dilma participou nesta segunda-feira de uma sabatina promovida pelo jornal Folha de S. Paulo, pelo portal UOL, pelo SBT e pela rádio Jovem Pan.
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