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Dilma nega crise de energia e diz que focará em impostos em 2013

Em café da manhã com jornalistas, a presidente da República também comentou que ministro da Fazenda só sai "se ele quiser"

Por Da Redação
27 dez 2012, 12h34

Dilma reconheceu que o seu governo interfere na economia, mas fez questão de ressaltar que faz isso para melhorar o ambiente macroeconômico e setorial para o empresariado

Depois de seguidos apagões que atingiram vários estados brasileiros recentemente, a presidente Dilma Rousseff, em café da manhã com jornalistas nesta quinta-feira, descartou que haja uma crise de energia no país, ou mesmo o risco de apagão, preferindo usar a expressão “interrupção de fornecimento de energia”.

Segundo ela, não há também possibilidade de racionamento. A presidente prometeu, de qualquer maneira, mais investimentos no setor, tanto em novos sistemas quanto em manutenção, destacando que “agora tem dinheiro”. “Tínhamos baixíssima capacidade de investimento”, disse. “A briga hoje é por investimento novo e manutenção. As duas coisas”, completou.

Investimentos e impostos – No encontro, a presidente aproveitou para pedir maior participação dos bancos privados nos financiamentos de longo prazo. “Precisamos que os nossos bancos privados participem dos processos de financiamento de longo prazo e não apenas o BNDES”, disse Dilma, referindo-se à grande participação do banco estatal no investimento.

Ela lembrou do apelo que fez aos empresários nesse sentido, em seu pronunciamento de final de ano. O governo está preocupado com os baixos investimentos e a crise de confiança de investidores no país. “Precisamos de outros, de fundos de investimentos, debêntures, conversíveis, porque todo o peso do financiamento hoje recai no BNDES. Precisa de uma presença maior do setor privado para dar musculatura ao sistema. Por isso é bom vários participarem”, afirmou a presidente.

Intervenção estatal – Dilma reconheceu que o seu governo interfere na economia, mas fez questão de ressaltar que faz isso para melhorar o ambiente macroeconômico e setorial para o empresariado bem como as condições e prazos de financiamento. “Interferi sim. Eu briguei sim para ter financiamento de 20, 30 anos. E ainda brigo para ter financiamento de uma parte expressiva do empreendimento. O Brasil tem de oferecer certas condições de impacto na rentabilidade”, declarou Dilma, acrescentando que luta também para que sejam reduzidas as exigências de garantia. Para a presidente, enquanto o Brasil não tiver um ambiente de estabilidade, não haverá financiamento de longo prazo “nem que a vaca tussa”. Ela insistiu ainda que “as condições de financiamento de longo prazo são essenciais para ter taxas de retorno compatíveis”.

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Ao insistir na necessidade da presença maior do setor privado no crescimento da economia, Dilma lembrou que, no passado, os empresários não tinham condições de investir por causa das taxas de juros praticadas no país. “Nós criamos a TJLP como jabuticaba”, criticou. Dilma considerou este ano como o da competitividade. Para ela, este é um assunto a ser tratado com determinação para se tornar permanente.

Para 2013, ela disse esperar melhorias na infraestrutura e prometeu centrar esforços nos cortes de impostos; visto que hoje o Brasil teria atingido, na avaliação dela, a um patamar de juro baixo, compatível com níveis internacionais. Avisou, entretanto, que não falará em reforma ampla, mas pontual, fazendo referência à menor tributação da folha de pagamentos.

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Política econômica – Segundo a presidente, o governo vai estudar medidas sobre PIS/Cofins e redução do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) com as devidas compensações aos estados, mas não deixará de ter como meta o controle da inflação e das contas públicas.

“Queremos a inflação sob controle. Nós queremos contas públicas sob controle. E faremos todo o possível também para que haja um déficit nominal decrescente, não só o superávit primário”, disse ela, garantindo que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, permanece em seu governo.

Segundo a presidente “não há a menor hipótese” de o ministro deixar o governo, “a não ser que ele queira”, aproveitando para desconversar sobre mudanças no ministério. Questionada sobre o motivo de tantas críticas em relação a Mantega, Dilma respondeu: “Não podemos querer que gostem da gente”. E aproveitou para brincar, dizendo que muitos gostam dela. “Eu sou popular com o povo.”

Orçamento – Depois do impasse que adiou para fevereiro a votação pelo Congresso do Orçamento de 2013, Dilma disse que irá editar uma medida provisória (MP) que permitirá ao governo manter o nível de investimentos no início do ano. A ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior, concederá uma entrevista coletiva nesta tarde para explicar a MP.

Por fim, a presidente evitou comentar se será ou não candidata à reeleição, ou mesmo o que acha da possibilidade de o ex-presidente Lula voltar a concorrer em 2014. “Eu não vou antecipar o fim do meu mandato, porque isso não é politicamente necessário”.

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(com Estadão Conteúdo e agência Reuters)

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