Dilma diz que termelétricas terão maior participação na geração de energia
Matriz energética já responde por quase 15% da eletricidade do país; em evento no Rio de Janeiro, presidente também falou sobre o controle da inflação
As usinas termelétricas devem ter participação mais efetiva na geração de energia no país pela impossibilidade da construção de hidrelétricas, disse nesta terça-feira a presidente Dilma Rousseff. “O meio ambiente diz que não se pode mais fazer grandes reservatórios, por causa da área de alagamento”, disse Dilma a jornalistas após inaugurar uma exposição do cantor Carlinhos Brown no Palácio do Planalto. Para a presidente, a participação das termelétricas só seguirá a mesma apenas se conseguirmos “fazer mais hidrelétricas”. “Não tem milagre, o regime do Brasil vai ser sempre um regime que vai olhar as duas coisas”, afirmou a presidente.
Dilma voltou a dizer que há muitos pessimistas torcendo contra o país e exemplificou com as notícias sobre ameaça de racionamento de energia. “Tem muita gente que torce para o Brasil dar errado”, disse. “Quando vocês falam que é pessimismo, eu dou um exemplo que é esse (da ameaça de racionamento de energia)”, segundo ela.
As termelétricas são mais poluentes que qualquer outra matriz energética. Movidas pela queima de combustíveis fósseis, como o gás natural, o carvão mineral e o óleo, essas usinas respondem hoje por quase 15% da eletricidade no país. O uso das termelétricas faz parte de um modelo concebido depois da crise energética de 2001, marcada pelos “apagões” e racionamentos de energia, quando ficou evidente a necessidade de aumentar a segurança na oferta de eletricidade.
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Inflação – Dilma voltou a dizer que o país tem o controle sobre a inflação e que tem evitado comentar a política de juros para que suas palavras não sejam distorcidas. “O Brasil não flerta com a inflação, temos histórico de combate à inflação e de controle da inflação. Agora, eu não vou em hipótese dar base para qualquer especulação que se faz, porque tenho responsabilidade presidencial”, disse Dilma ao ser questionada sobre o aumento de juros.
No final do mês passado, a presidente reclamou do que chamou de “manipulação inadmissível” de suas palavras, quando disse não concordar com políticas de combate à inflação que visem um crescimento menor, no que foi interpretado pelos mercados como uma rejeição a uma elevação dos juros.
Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a taxa básica de juros em 0,25% para 7,5%. Apesar da alta, ela foi menor do que apostava o mercado futuro de juros.
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(com agência Reuters)