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Dilma acusa imprensa de manipular declaração sobre inflação

Presidente pediu que Alexandre Tombini , do BC, tentasse explicar publicamente o 'mal-entendido'

Por Da Redação
27 mar 2013, 17h28

Que o governo tenha optado por estimular o crescimento da economia em detrimento do controle da inflação, não é novidade. Nesta quarta-feira, no entanto, foi a primeira vez que a presidente Dilma Rousseff deixou escapar sua preferência pelo Produto Interno Bruto (PIB) ao controle da inflação, durante conversa com jornalistas em Durban, na África do Sul, onde esteve para o encontro dos Brics. Dilma afirmou que não concorda com políticas de combate à inflação que mirem a redução do crescimento econômico. Preferir um a outro é um problema, afinal, o crescimento da economia e o combate à inflação precisam caminhar juntos.

Ao expor sua preferência pelo PIB, Dilma acendeu o rastilho de pólvora. Na interpretação do mercado financeiro, o governo não se importa com uma inflação levemente acima do teto da meta – de 6,5% ao ano. A consequencia da frase presidencial foi o início de um movimento especulativo sobre o futuro da taxa Selic, que o Copom volta a debater entre os dias 16 e 17 de abril. Alguns dos que apostavam em elevação passaram a considerar a possibilidade de manutenção.

Mas, segundo a presidente, sua frase foi mal interpretada – ou melhor, manipulada. E o blog do Planalto divulgou uma nota desmentindo a frase divulgada pela imprensa. “Foi uma manipulação inadmissível de minha fala. O combate à inflação é um valor em si mesmo e permanente do meu governo”, afirmou a presidente.

Dilma também pediu que o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, conversasse com jornalistas para desfazer o “mal-entendido”. À Agência Estado, Tombini afirmou que era preciso que o “mal-entendido fosse desfeito e que não há tolerância em relação à inflação”. Ele até usou o expediente da insubordinação para consertar a frase de Dilma. “De inflação fala a equipe econômica. Em relação à política de juros, fala o Banco Central”, disse.

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Mercado entendeu o recado – De acordo com a nota, Dilma decidiu se pronunciar após “tomar conhecimento de que agentes do mercado financeiro estavam interpretando erroneamente seus comentários como expressão de leniência em relação à inflação”. As declarações da presidente reduziram as apostas de elevação da Selic, a taxa básica de juros da economia. As taxas futuras, que já caíam desde a abertura do mercado, acentuaram o movimento imediatamente após as palavras da presidente.

Com as declarações de Dilma, os analistas entenderam que o governo acredita que a inflação no Brasil seja algo temporário e que o Banco Central poderá adiar o início do aperto monetário. As palavras de Dilma, na véspera da divulgação do Relatório Trimestral de Inflação, também foram criticadas por alguns agentes, porque atrapalharia o esforço do presidente do BC, Alexandre Tombini, em ancorar as expectativas do mercado.

(Com Estadão Conteúdo)

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