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Defasagem do preço da gasolina em relação ao exterior é de 19,8%

Se a diferença de preços fosse repassada ao consumidor hoje, ela acrescentaria 0,46 ponto porcentual na inflação

Por Da Redação
7 out 2014, 10h13

O preço da gasolina no Brasil está 19,8% inferior ao praticado no mercado internacional, e o do óleo diesel, 10,7%, segundo levantamento do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). Um repasse integral da atual defasagem de preços ao consumidor elevaria em 0,46 ponto porcentual o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), taxa que serve de referência para o sistema de metas de inflação. O cálculo foi feito pelo economista Salomão Quadros, do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV).

Quadros lembra que o aumento de preços nas refinarias, tradicionalmente, não chega integralmente ao consumidor. Mas, se a opção do governo for por alinhar os preços internos aos internacionais, a expectativa é de que apenas 60% do reajuste chegue às bombas de gasolina e, assim, ao IPCA. Além da mistura de álcool anidro ao combustível vendido nos postos (25% do volume total), em geral, a cadeia fornecedora – refinarias, distribuidoras e revendedores – absorve parte da alta dos preços por uma questão de concorrência. Com isso, o peso do aumento para o consumidor fica menor. Ou seja, um reajuste de 19,8% da gasolina na refinaria significaria um aumento de 11,8% para o consumidor.

Em agosto, a inflação, medida pelo IPCA, foi de 0,25%, acumulando 4,02% no ano. Com um reajuste dessa magnitude, ela pularia para a casa de 4,48%. A projeção do Boletim Focus, divulgada nesta segunda-feira, aponta para um IPCA de 6,32% no fim de 2014.

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Diesel – No caso do óleo diesel, como não há mistura de outro ingrediente no produto entregue no posto, em vez de 60%, o porcentual que deve ser repassado ao consumidor é um pouco maior, de 70%, segundo o economista. Com isso, a perspectiva é de um reajuste para o consumidor de 7,49%. No entanto, Salomão afirma ser improvável que o governo alinhe integralmente os preços internos aos internacionais.

Cada 1% de aumento da gasolina significa uma alta de 0,0375 ponto porcentual no IPCA, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo índice. No caso do óleo diesel, o peso na inflação oficial é de 0,00143 ponto porcentual. Nesse cenário, considerando uma elevação para o consumidor de 11,8% na gasolina e de 7,49% no diesel, o impacto de um repasse integral da atual defasagem dos dois produtos nas refinarias brasileiras elevaria o IPCA em 0,46 ponto porcentual.

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Na semana passada, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, sinalizou que um aumento de preços dos combustíveis poderá acontecer ainda neste ano. Presidente do conselho de administração da Petrobras, ao qual cabe a decisão de conceder reajustes, Mantega disse que “nos últimos anos sempre teve aumento”. Lembrou ainda que “no ano passado tiveram dois aumentos. Então, este ano, não será diferente. Vai ter aumento”. Mas não foi dado qualquer indicativo do porcentual do reajuste. O último aconteceu em novembro de 2013. Foi de 4% para a gasolina e 8% para o diesel.

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(Com Estadão Conteúdo)

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