Crise econômica faz Petrobras reduzir pela metade seu déficit comercial
Com demanda interna menor, diferença entre importações e exportações totalizou 5,72 bilhões de dólares, ante 12,57 bilhões de dólares no primeiro semestre de 2014
O déficit comercial da Petrobras caiu pela metade no primeiro semestre de 2015, em consequência do menor consumo doméstico de combustíveis e menor necessidade de importação de diesel. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) apontam que, de janeiro a junho deste ano, a diferença entre importações e exportações feitas pela estatal totalizou 5,72 bilhões de dólares. O montante é 54,5% inferior ao déficit comercial de 12,57 bilhões de dólares acumulado pela Petrobras no primeiro semestre de 2014.
Chama atenção a queda de 43,9% nas importações, as quais somaram 10,43 bilhões de dólares entre janeiro e junho. No mesmo período do ano passado, as importações ultrapassaram a marca de 18 bilhões de dólares. As exportações, por sua vez, encolheram 21,55% em igual base comparativa e totalizaram 4,72 bilhões de dólares. Os dados incluem apenas as operações feitas pela Petróleo Brasileira SA Petrobras, principal empresa do grupo estatal, e não por controladas que possuem outro CPPJ, caso da BR Distribuidora, por exemplo.
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De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a importação de gasolina e diesel a partir do Brasil apresentou queda de 7,9% em volume entre janeiro e junho, na comparação com o mesmo intervalo de 2014. Como o preço do petróleo e dos derivados também está em queda no mercado internacional, os desembolsos com a importação de gasolina e diesel encolheram 41,5% no período e somaram 3 bilhões de dólares.
A retração das importações é explicada principalmente pelo menor consumo de diesel, combustível utilizado por caminhões e cuja demanda está associada diretamente com o desempenho da economia brasileira. Os dados da ANP apontam uma queda de 20,8% nas importações de diesel, em volume. Em valores transacionados, a diferença é ainda maior, de 48,2%, com um total de 2,17 bilhões de dólares em compras externas.
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Os números da ANP também mostram uma queda expressiva no volume de petróleo importado. Entre janeiro e junho, a diferença chega a 24,1% em 2015. Em valor transacionado, houve queda de 56,8%, com um total de 3,13 bilhões de dólares em importações feitas a partir do Brasil.
A importação total de derivados do petróleo movimentou 6,09 bilhões de dólares no primeiro semestre deste ano, segundo a ANP. O montante representa um encolhimento de 37,1% em relação ao acumulado no mesmo período de 2014.
(Com Estadão Conteúdo)